Por um cinema multicolorido Quase 40 filmes compõem a programação do 5º Festival de Cinema da Diversidade Sexual e de Gênero, realizado a partir de hoje com sessões gratuitas

BRENO PESSOA
breno.pessoa@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 21/11/2017 03:00

Segundo dados da Gay & Lesbian Alliance Against Defamation (Aliança Contra a Difamação de Gays e Lésbicas), dos 126 principais lançamentos dos estúdios norte-americanos em 2016, apenas 22 (17,5% do total) tinham algum personagem LGBT. Ainda que retrate a realidade de filmes dos EUA, o número sinaliza que a baixa representatividade é uma questão a ser superada na indústria cinematográfica. Um dos espaços de exibição para obras que não se enquadram nessa estatística, o Recifest - Festival de Cinema da Diversidade Sexual e de Gênero, chega hoje à quinta edição, com abertura às 19h, no Cinema São Luiz (Rua da Aurora, 175, Boa Vista). A entrada é gratuita.

O primeiro dia de programação abre com o curta-metragem pernambucano Eternamente Elza, de Alexandre Figueirôa e Paulo Feitosa, documentário sobre a cantora romântica recifense Elza Show, escalada para uma apresentação antes da sessão. Na sequência, o longa Meu corpo é político, de Alice Riff, que acompanha o dia a dia de quatro militantes LGBT na periferia de São Paulo.

Neste ano, pela primeira vez o Recifest terá programação fora da Região Metropolitana. Além da programação que segue no São Luiz até o sábado, o festival desembarca em Caruaru a partir da próxima segunda-feira e segue com atividades no município do Agreste até o dia 30. “A pretensão é levar cada vez mais para dentro do estado. É o primeiro passo que a gente dá”, diz a realizadora do evento, Rosinha Assis, reforçando que a descentralização é uma meta antiga. Na semana passada, a organização também circulou com atividades pela Colônia Penal Feminina do Bom Pastor, no Engenho do Meio, e em espaços como Compaz do Alto Santa Terezinha e o Centro Cultural Daruê Malungo, em Chão de Estrelas.

Fora ampliar a circulação do evento, outra preocupação da organização foi aprofundar certos campos da diversidade dentro da própria programação. Pethrus Tibúrcio, da coordenação do Festival, diz que a curadoria buscou se concentrar menos em títulos que “acompanham relações homoeróticas” e trazer também títulos abordando a “representatividade lésbica”. Outro direcionamento foi incluir mais realizadoras mulheres: “A curadoria tentou equilibrar mais a proporção do gênero”, reforça Tibúrcio, destacando também o fato de, pela primeira vez, a programação incluir a obra de um diretor homem trans (Calí do Anjos, do documentário Tailor) e um título que abordasse a questão da intersexualidade (a ficção Entre os ombros, de Carolina Castilho).

A programação inclui quase 40 filmes, entre títulos locais, nacionais e internacionais. À exceção da abertura, o restante da seleção é composta de curtas, incluindo ficção, documentário e animação. Confira a programação completa em bit.ly/2qTW5ua.

Mostra Sesc

Também começa hoje a primeira edição da Mostra Sesc de Cinema, com exibição de 24 filmes (quatro longas e 20 curtas-metragens), a serem projetados na unidade do Sesc Casa Amarela (Avenida Norte, 4490, Mangabeira). As sessões são gratuitas e ocorrem todos os dias até sábado, sempre às 14h e às 19h. Entre os destaques da programação, estão dois curtas-metragens premiados, Enzo e Ilha, além dos longas-metragens Limpam com fogo e Em 97 era assim. Informações: 3224-7577.