PERFIL » Para deixar para trás aquela fama de mau

Publicação: 16/12/2017 03:00

"Eu quero trabalhar com coisas que ajudem as pessoas a se conectar e levar mensagens produtivas "

Fernanda Guerra
fernanda.guerra@diariodepernambuco.com.br


A espiritualidade se tornou o fio condutor dos trabalhos recentes de Igor Rickli, de 33 anos. Contratado da Record, o paranaense emendou três novelas bíblicas em dois anos: A terra prometida (2016), O rico e Lázaro (2017) e Apocalipse, na qual interpreta o mocinho Benjamin Gudman. No teatro, viveu Jesus na Paixão de Cristo de Nova Jerusalém (2015-2016) e o nmusical Jesus, superstar, que estreou em 2014. Ele define as duas temporadas em Nova Jerusalém como uma “experiência única”. “Foi o personagem que mais me apaixonei. Foi um caso de amor profundo na minha vida. Tenho lembranças guardadas com maior carinho de Nova Jerusalém. Tenho saudades, mas agora as coisas caminharam para outro lado”, recorda o ator.

Há sete anos, estreou na Globo, na qual atuou em produções como A vida alheia, Flor do Caribe e Alto astral. Mudou-se para a Record no ano passado. “As produções estão aumentando. A Record está cada vez mais se aprimorando neste segmento e está ampliando o mercado de trabalho para todo mundo”, avalia.

Entrevista // Igor Rickli

Após uma sequência de vilões na teledramaturgia, como é representar um mocinho?
Essa experiência tem sido reconfortante depois de uma bateria de vilões, que foram exaustivos. Eu estava pedindo para fazer um personagem mais leve e mais fácil de interpretá-lo. Eu estou me emprestando mais para o personagem. As pessoas vão acompanhar uma vertente que eu não tinha mostrado ainda, que é mais leve e mais solar. O encontro com o personagem foi natural. Eu senti uma necessidade de buscar coisas que eu não estava executando, como mais clareza, mais segurança.

Você tem participado de produções bíblicas no teatro e na TV. Há alguma razão para o mergulho intenso neste segmento?
Eu gosto de falar e vivenciar espiritualidade. É um prazer estar ligado a este segmento, tanto na vida pessoal, como na profissional. É uma coisa que pedia lá atrás. Eu quero trabalhar com coisas que ajudem as pessoas a se conectar e levar mensagens positivas ou negativas, mas que sejam produtivas no fim das contas. Eu me propus a vivenciar isso. Foram escolhas. E fico feliz com essas escolhas.

Seu personagem é ateu. Como é sua relação com religião?
Na minha vida, tenho uma religião que meu pai me ensinou: o amor e o respeito. É o que eu acredito. A religião em que mais acredito, que mais unifica o homem, é o amor. A partir do momento em que você ama, você respeita e integra. Eu procuro exercer o amor o tempo todo. Não é uma coisa que depende de ir a uma igreja, um ritual. Eu procuro exercitar isso no dia a dia. É uma religião simples, mas muito verdadeira.

Qual a relevância de abordar a temática do Apocalipse no período contemporâneo?
Acho o máximo falar de apocalipse com uma linguagem moderna que aproxima. Porque é um livro muito difícil de entender. É legal abordar dessa maneira para aproximar das pessoas e entender que somos responsáveis por muito e como a gente pode intervir, amenizar, entender. Nesse momento de transição, de caos e agonia, a gente está falando desse tema porque alerta as pessoas para valores que a gente esquece.