Nando Reis arma luau em Maracaípe Cantor e compositor paulista é a principal atração musical do festival Maraca Storm, que mescla arte e esportes

MATHEUS RANGEL
ESPECIAL PARA O DIARIO
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Publicação: 06/01/2018 03:00

Nando Reis está de volta a Pernambuco com o seu Jardim-pomar. Depois de apresentar as faixas do disco mais recente ao público recifense no ano passado, o paulista vai levar a turnê com a qual vem rodando o país ao Litoral Sul do estado, na Arena da Praia de Maracaípe. Ele é uma das atrações da festa Maraca Storm, cuja proposta é mesclar campeonatos de surfe, música e outros esportes em aproximadamente 15 horas de programação, que também inclui as bandas Sunset Som de Praia e Coff e os DJs Doubleminds, Romero B, Miguela e Albino Malta.

Assim como no DVD Luau MTV: Nando Reis e Os Infernais (Universal Music, 2007), a apresentação será à beira-mar e o repertório, garante ele, não dispensará sucessos como Segundo sol, Relicário e Marvin, clássico da época em que integranva a banda Titãs, além das canções do novo álbum, que são o destaque. Jardim-pomar é o 12º lançamento desde que o artista decidiu enveredar pela carreira solo e sumariza os aprendizados adquiridos ao longo dos 54 anos de idade, “uma reflexão atual” do que viveu. O CD veio depois que o músico reatou o casamento com Vânia Passos, definida por ele como sua maior fonte de inspiração e com quem tem quatro filhos. Dois deles - Theodoro e Sebastião - decidiram seguir os passos profissionais do pai e formaram o duo 2 Reis, que lançou o primeiro disco, autointitulado, em agosto de 2016. “Eles lançaram recentemente o primeiro CD, têm feito shows por todo o Brasil e eu fico muito orgulhoso de vê-los trilhando o caminho deles. É muito bacana quando a gente tem a oportunidade de dividir o palco, trocar ideias, tocar juntos…”, reflete, sobre a influência que exerce sobre os herdeiros, os quais já citou nas músicas Bom dia e O mundo é bão, Sebastião.

Recentemente, uma das faixas consagradas de Nando, All star (lançada dentro do álbum Para quando o arco-íris encontrar o pote de ouro, de 2000), se tornou assunto na internet depois do questionamento de um fã: afinal, seria o sapato de Cássia Eller azul claro ou marinho? “Tá, eu sei, parece ridículo. E de fato é, mas tenho certeza que esses questionamentos de bar já passaram pela sua mesa. Muito obrigado pela paciência”, disse um seguidor no Facebook, com a certeza que não seria respondido. Atencioso, Nando tirou a dúvida - era o claro - e se assustou com a repercussão da atitude. “Com essa repercussão e com esse alcance, acredito que foi a primeira vez que isso aconteceu”, conta.

Ele também atendeu a um concurseiro que o indagou sobre a letra de Vou te encontrar, escrita por Reis e cantada por Paulo Miklos, e fez todos voltarem a atenção para suas redes sociais, apesar de não ser o mais ávido dos usuários. “Eu tenho uma equipe que me ajuda na demanda de perguntas, de dúvidas, de interação, quando estou na estrada, principalmente. Mas procuro estar sempre atento, leio os comentários, gosto de me envolver”, relata o artista, que também começou a tirar “dúvidas frequentes” em um canal no YouTube. “Me causou surpresa a repercussão que teve o fato de eu mesmo ter respondido às questões. Entendo a curiosidade das pessoas em saber se era eu mesmo quem estava respondendo”.

Prática refutada por alguns artistas, Nando Reis vê com naturalidade o hábito de indagar o criador sobre os meandros das suas obras: “Quando eu respondi ao concursando e isso veio a público, gerou uma celeuma que eu não imaginava que geraria. Talvez por ingenuidade minha. Mas eu acho que essa dinâmica deveria ser mais comum, sim”.