CINEMA » A revolta dos robôs na tela grande

BRENO PESSOA
breno.pessoa@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 22/03/2018 09:00

Robôs gigantes lutando contra monstros ainda maiores, deixando um rastro de destruição. Essencialmente, é disso que se trata Círculo de fogo: A revolta, continuação do filme de 2013. A descrição pueril poderia significar demérito e a repetição sinalizar falta de originalidade, mas a sequência, em cartaz nos cinemas, transforma aparentes defeitos em virtudes.

O primeiro Círculo de fogo, dirigido por Guillermo del Toro - agora na função de produtor -, se destacou por fazer uma releitura ocidental de conceitos já amplamente explorados em animes (desenhos animados japoneses) e séries tokusatsu (gênero de produções live-action orientais como Godzilla e Ultraman). Com ótimos efeitos visuais, trilha sonora empolgante e design de criaturas original, o título mostrou algo além de referências à cultura nipônica e estabeleceu um universo interessante, agora desdobrado como franquia.

O diretor, Steven S. DeKnight, se sai bem na estreia nos cinemas, entregando um bom entretenimento. O grande chamariz do filme é, de fato, o visual. Ainda mais apurados, os efeitos visuais impressionam pela qualidade e se sobressaem bastante em telas grandes como as das salas Imax ou XD. Dispensável, o 3D não traz grande ganho para a experiência, exceto maior profundidade em algumas cenas.

Ao mesmo tempo em que o longa-metragem não se propõe a ser algo muito além de um espetáculo visual de premissa quase ingênua, a trama não chega a ser infantil e pretexto apenas para embates absurdos. E ainda que não seja um filme de grandes diálogos ou intenso aprofundamento dramático, há desenvolvimento razoável dos personagens entre uma cena de ação e outra.