O anti-herói da Marvel está de volta às telonas Longa-metragem Deadpool 2 mantém o humor e tem pré-estreia a partir de hoje nos cinemas

BRENO PESSOA
brenopessoa@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 16/05/2018 09:00

Em 2016, Deadpool, herói pouco conhecido fora das HQs, surgiu nos cinemas como grata novidade ao apostar em uma abordagem pouco habitual nas produções do gênero: a comédia. Com orçamento modesto e censura elevada (16 anos), o filme conseguiu ótimo retorno de bilheterias,  crítica e influenciou outros títulos cinematográficos a tomarem rumos parecidos. Com sessões de pré-estreia a partir de hoje, a sequência do longa-metragem mostra que não depende do fator surpresa para entregar um entretenimento competente.

Tudo que foi visto no primeiro filme está presente em Deadpool 2: metalinguagem, piadas, referências pop e boas doses de violência, elementos frequentes também nos quadrinhos do personagem, que é um dos mais jovens da Marvel Comics a ser levados para tela grande. Para se ter uma ideia, o mercenário tagarela teve a primeira aparição em 1991, enquanto a maior parte dos ícones da editora, a exemplo de Homem de Ferro, Homem-Aranha e X-Men, data da década de 1960.

Essas características que marcaram o primeiro filme foram amplificadas na continuação, dirigida por David Leitch, do divertido Atômica (2017). Sem pender para o excesso, a direção explora bem o potencial cômico do personagem, com piadas ágeis e bem integradas à ação. Como novidade, o filme traz adições para o elenco, com a presença de outros mutantes ainda não apresentados no universo cinematográfico dos X-Men, do qual Deadpool faz parte.

Entre as adições estão Cable (Josh Brolin) e Dominó (Zazie Beetz). O primeiro, sombrio viajante do tempo que acaba esbarrando no caminho de Deadpool durante missão, enquanto a segunda é uma mutante cujo poder é a sorte. Atualmente visto como o vilão Thanos em Vingadores: Guerra infinita (o que vira motivo de piada no filme), Brolin encarna uma versão simplificada do personagem das HQs, mas fiel ao espírito original. Sério e obstinado, funciona como contraponto e escada para os gracejos de Deadpool.

Dominó, além de trazer de uma interessante mudança étnica em relação à personagem dos quadrinhos, faz uma importante adição feminina ao elenco. Já o dom incomum da mutante é responsável por algumas das mais empolgantes sequências de luta, com lances improváveis acontecendo aos montes na tela, graças à sorte dela.

Ryan Reynolds se mostra ainda mais à vontade no papel de protagonista e caminha para ser a figura central da franquia cinematográfica X-Men, ainda mais considerando a saída de Hugh Jackman (Wolverine). A propósito, um filme da X-Force, time que estreia em Deadpool 2, já está em desenvolvimento.   

Mais bem resolvido no humor em relação ao primeiro filme, o roteiro da dupla Rhett Reese e Paul Werneck (de Zumbilândia) escorrega, no entanto, na questão dramática. Há, em alguns momentos, tentativas de trazer alguma seriedade e pesar para acontecimentos na jornada de Deadpool. Mas tudo parece desconectado com o humor que permeia o filme. Apesar dessa irregularidade, o saldo final é positivo e até superior ao do primeiro longa-metragem do herói.