A exposição Queermuseu abre neste sábado no Parque Lage, zona sul do Rio de Janeiro, quase um ano após ser forçada a encerrar a exposição em Porto Alegre, após campanha de grupos conservadores a acusar de incentivar a pedofilia e a zoofilia e de atacar o cristianismo. O encerramento prematuro da mostra na capital gaúcha alarmou o mundo artístico e abriu discussões sobre a volta da censura nas artes.

Sua instalação na Escola de Artes Visuais (EAV), no Parque Lage, um palacete bucólico, cercado de verde, aos pés do Cristo Redentor, ocorre graças a uma forte campanha de financiamento coletivo (crowfunding), que arrecadou mais de R$ 1 milhão através de múltiplas iniciativas, entre elas um show inédito de Caetano Veloso. Também foi possível pelo empenho de curadores e artistas, que desafiaram o veto do prefeito do Rio, o pastor evangélico licenciado Marcelo Crivella, ao projeto de receber a mostra no fim do ano passado no Museu de Arte do Rio (MAR).

Com mais de 200 obras de 82 artistas brasileiros, como Candido Portinari, Adriana Varejão, Alair Gomes, Alfredo Volpi, o Queermuseu (“Museu Gay”, em tradução livre) ficará aberto ao público de forma gratuita durante um mês.