Publicação: 01/07/2019 03:00
Além de traçar aspectos do período, a biografia consegue delinear uma espécie de perfil do personagem. “Entender o Roberto Marinho mais próximo do real é, a cada momento, ter novas descobertas. O que me surpreendeu é que ele foi muito influente, mas teve que trabalhar muito para ser aceito e ocupar seu espaço. O jornal é um local de divisões de política e, de certa forma, ele vai absorver essa pluralidade temática e de impressões para avançar no seu negócio. Ele chegou criança no jornal e foi absorvido pela própria imprensa. E embora a Globo hoje seja uma referência do establishment, o grupo dos Marinhos, em sua gênese, era de oposição a todos os governos, incluindo as oligarquias”.
Antes de sua morte, o biografado deixou na opinião pública uma imagem de certo oportunismo por realizar conchavos feitos com autoridades em diferentes épocas. Leonencio Nossa ressalta que o personagem se deparou com um ambiente político instável e isso o fez desviar das regras do jogo. “Roberto se aproveitou dessas situações para crescer, como na Ditadura Militar. Mas, em outros momentos, jogou contra para que o negócio não fosse prejudicado. Isso o fez circular por ideais extremos. Em uma leitura de longo prazo, você não consegue associá-lo a uma corrente. Isso só fica claro nas décadas mais recentes”, avalia.
Para os leitores contemporâneos e imersos nos debates da esfera pública atual, a parte mais relevante pode ser a da relação de Marinho com o regime militar. O livro aborda as vésperas do golpe de 1964, passando pelo governo de Castelo Branco até o de Costa e Silva. Os pilares dourados da expansão da Rede Globo, que ocorre durante a década de 1970, será mais detalhado no segundo livro.
“Pretendo começar com a copa de 1970, período mais trágico da ditadura, e estender para a abertura política, desde Sarney ao Lula, em 2003, que é quando Roberto morre. Será mais desafiador, porque nesse período existe uma memória viva dos brasileiros. Se antes tinha poucos dados, agora compreenderei uma montanha de informações. E buscar coisas novas, para não apresentar um Roberto Marinho que todo mundo já sabe quem é”, finaliza.
Antes de sua morte, o biografado deixou na opinião pública uma imagem de certo oportunismo por realizar conchavos feitos com autoridades em diferentes épocas. Leonencio Nossa ressalta que o personagem se deparou com um ambiente político instável e isso o fez desviar das regras do jogo. “Roberto se aproveitou dessas situações para crescer, como na Ditadura Militar. Mas, em outros momentos, jogou contra para que o negócio não fosse prejudicado. Isso o fez circular por ideais extremos. Em uma leitura de longo prazo, você não consegue associá-lo a uma corrente. Isso só fica claro nas décadas mais recentes”, avalia.
Para os leitores contemporâneos e imersos nos debates da esfera pública atual, a parte mais relevante pode ser a da relação de Marinho com o regime militar. O livro aborda as vésperas do golpe de 1964, passando pelo governo de Castelo Branco até o de Costa e Silva. Os pilares dourados da expansão da Rede Globo, que ocorre durante a década de 1970, será mais detalhado no segundo livro.
“Pretendo começar com a copa de 1970, período mais trágico da ditadura, e estender para a abertura política, desde Sarney ao Lula, em 2003, que é quando Roberto morre. Será mais desafiador, porque nesse período existe uma memória viva dos brasileiros. Se antes tinha poucos dados, agora compreenderei uma montanha de informações. E buscar coisas novas, para não apresentar um Roberto Marinho que todo mundo já sabe quem é”, finaliza.
Saiba mais...
A trajetória de poder de Roberto Marinho