A importância da crítica abalizada Série documental pernambucana Palavra crítica estreia hoje na TV Universitária Recife, com o intuito de valorizar a expressão criativa na sétima arte

JULIANA AGUIAR
juliana.aguiar@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 02/02/2021 03:00

Permeadas por discussões sociais, políticas, de representatividade e formação de identidade, as críticas cinematográficas foram se firmando ao passo que o mercado audiovisual se fortaleceu, amplificando as possibilidades das narrativas. Com o intuito de valorizar a expressão criativa e desmistificar a relação entre cinefilia e crítica especializada, a série pernambucana Palavra crítica estreia hoje na TV Universitária Recife (Canal 11) e terá exibição toda terça, às 20h30. De perfil documental, a série tem roteiro e direção de Tiago Leitão e produção de Mannu Costa.

“A série foi pensada ao perceber que havia uma carência no debate da crítica cinematográfica. As TVs sempre tiveram programas com atores, diretores, roteiristas, mas nunca se debateu o trabalho da crítica profissional, que é um elemento importantíssimo na construção de público e discussão do cinema”, justifica Tiago. Nesta primeira temporada, a produção revela o pensamento e a trajetória de 12 críticos de cinema - jornalistas, em sua maioria -, compartilhando as primeiras memórias relacionadas ao cinema, os caminhos que levaram à profissão e desaguando na análise fílmica e a relação da crítica com o mercado audiovisual. O projeto foi formatado em parceria com o crítico e pesquisador André Dib.

A produção faz um mapeamento do pensamento sobre cinema, a partir de profissionais de diferentes regiões, formações e campo de atuação, lançando mão de entrevistas, indo além da dimensão conceitual e teórica. As gravações aconteceram no Recife, no estúdio da Opara Filmes, em 2019. Participam da série os críticos paulistas Heitor Augusto, Luiz Zanin, José Geraldo Couto e Marcelo Lyra, o paraibano João Batista de Brito, o carioca Marcelo Ikeda e os pernambucanos Luiz Joaquim, Alexandre Figueirôa, Ângela Prysthon, Ernesto Barros, Carol Almeida e Celso Marconi.

“A série foi pensada para ter um debate nacional sobre o assunto. Vivemos em um momento de muita opinião e pouco debate, pouco conteúdo sério e abalizado sobre as coisas, o cinema também entra nisso. É um dos pilares importantíssimo para formação de público”, diz Tiago.