No calendário pernambucano, o frevo tem duas datas comemorativas. Uma delas é em plena efervescência do carnaval, em 9 de fevereiro. A data é local e faz referência à primeira vez que o termo “frevo” foi citado na imprensa, no Jornal Pequeno, do Recife, em 1907. A segunda é hoje, no Dia Nacional do Frevo, relativa à data de nascimento do jornalista Osvaldo Almeida, responsável por formalizar o batismo do frevo na imprensa. O Paço do Frevo e a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) promovem atrações diversas para celebrar o gênero musical patrimônio do Brasil e da humanidade. No último dia 31 de agosto, vale lembrar, o ritmo foi revalidado como Patrimônio Cultural Imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O Paço promove apresentação virtual da Orquestra Arruando, com a presença do saxofonista, maestro e Mestre-Vivo Edson Rodrigues. O espetáculo inédito será realizado no terceiro andar do equipamento cultural, localizado no Bairro do Recife, a partir das 19h, com transmissão no canal do museu no YouTube (youtube.com/pacodofrevomuseu). O repertório terá músicas das principais fases do ritmo ao longo de seus mais de cem anos de existência, gravadas recentemente pela orquestra. Composições dos pernambucanos Capiba, Zé Menezes, Capitão Zuzinha e Banda de Pau e Corda, além do cearense Fausto Nilo e dos baianos Caetano Veloso e Armandinho serão executadas ao vivo.

A apresentação marca o lançamento do projeto O frevo vive, o frevo pulsa, o frevo continua, da Orquestra Arruando, que reúne o documentário O frevo: conversas livres com os mestres, além de cinco shows inéditos do conjunto. A playlist com os seis vídeos será disponibilizada nos canais do YouTube do Paço do Frevo e da Orquestra Arruando.

O longa-metragem O frevo, dirigido por Lucas Fitipaldi e Nilo Otaviano, apresenta 12 visões (de músicos, Mestres-Vivos do Frevo, pesquisadores...) do que foi, é e pode vir a ser o frevo. Já os shows, gravados sem público no Teatro do Parque e Arena Pernambuco, no início deste ano, são temáticos: O frevo dos anos 60-70-80, A universal música pernambucana, Clássicos natalinos arranjados nos ritmos pernambucanos, O frevo de José Constantino e, lançando a Camerata Arruando, o show O novo sotaque da música pernambucana. O projeto foi realizado por meio da Secult-PE, com recursos federais da Lei Aldir Blanc.

Formada em 2013, a Orquestra Arruando traz no seu nome o local de origem do próprio frevo: a rua, seja ela do bairro de São José, de Santo Antônio, da Boa Vista ou as ladeiras de Olinda. O projeto foi criado com a meta de implementar um projeto de valorização da música e da dança que são patrimônio cultural.  Em sua formação completa, a Orquestra Arruando conta com cerca de 40 integrantes. Para o show de hoje, com patrocínio da Fundarpe, o grupo terá formação reduzida.