Gigantes do streaming retaliam ações da Rússia A Netflix suspendeu produções russas e recusa transmitir canais estatais, enquanto o Spotify fechou escritório no país do leste europeu e limita acesso da mídia estatal

Publicação: 04/03/2022 03:00

O serviço de streaming Netflix suspendeu a produção de quatro originais russos de seu calendário e pausou a aquisição de filmes e séries do país, em reação à invasão da Ucrânia pelo exército da Rússia. Segundo a revista Variety, as filmagens de um suspense dirigido por Dasha Zhuk, que é a segunda série original do país na plataforma, foram interrompidas e não tem previsão de retorno. Anna K, que foi finalizada em 2021, mas ainda não foi lançada, é o primeiro título russo da Netflix.

A maior plataforma de streaming do mundo também desafiou uma determinação de Vladimir Putin e não permitirá a transmissão de vinte canais de TV estatais russos em seu catálogo.

Outros estúdios, como a Sony, Paramount, Warner e Disney, já anunciaram que seus calendários de lançamento estão cancelados no país, atingindo os filmes Morbius, Sonic 2, A cidade perdida, Batman, Red: crescer é uma fera, entre outros.

O Festival de Cannes também se posicionou anunciando que não receberá delegações russas na edição 2022 do evento, que acontece entre 17 e 28 de maio. A organização do evento ressaltou, em comunicado oficial, o banimento de “qualquer indivíduo” com ligações ao Kremlin. “Mesmo que de forma modesta, desejamos juntar nossas vozes àqueles que se opõem a essa situação inaceitável e denunciam a atitude tomada pela Rússia e seus líderes”.

SPOTIFY
O Spotify, gigante do streaming de música, anunciou ontem o fechamento de seu escritório na Rússia e limitações de acesso ao conteúdo publicado pela mídia estatal russa, em resposta ao “ataque não provocado contra a Ucrânia”.

A empresa indicou que analisou “milhares de episódios de podcast desde o início da guerra” e que limitou a capacidade dos usuários de encontrar programas produzidos por meios vinculados ao Estado russo. Dias atrás, o Spotify anunciou a retirada de todo o conteúdo dos meios de comunicação estatais russos ET e Sputnik da União Europeia e de outros mercados.

A plataforma, no entanto, mantém seu serviço aberto para os usuários russos. “Acreditamos ser da maior importância que nosso serviço esteja disponível na Rússia para permitir um fluxo global de informação”, indicou.