Na diversidade do audiovisual
Diversidade temática e estilística marca programação da Mostra Absurda - Ano III que exibirá filmes e videoinstalações entre 29 de fevereiro e 3 de março no Parque das Graças e no Cinema do Museu
André Guerra
Publicação: 27/02/2024 03:00
Entre os dias 29 de fevereiro e 3 de março, o Parque das Graças e o Cinema do Museu - Fundaj receberá a programação da Mostra Absurda: Ano III, repleta de sessões que derrubam as barreiras entre linguagens e países, que, novamente, promove a exibição de filmes (entre ficções e documentários) cheios de ousadia estilística e temática, trazendo ainda projetos de videodança, videoinstalações e obras experimentais de distintas nacionalidades da América Latina. Com a busca constante da curadoria por trabalhos que fogem do realismo clássico, investigando novas possibilidades com a linguagem, a Mostra tem como título da edição deste ano ‘Prelúdios do alvorecer’ e conta com quatro filmes de longa-metragem e 29 entre médias e curtas.
Entre os longas nacionais que serão exibidos na programação, Três tigres tristes, do diretor paulista Gustavo Vinagre, que venceu o Teddy Award da Berlinale, mescla situações de fantasia e tragicomédia, acompanha a rotina de três jovens em São Paulo angustiados pela pandemia da Covid-19. Outro é o documentário Agora, de Déa Ferraz, que recebeu menção honrosa o Olhar de Cinema de Curitiba em 2020 e convida artistas e ativistas reunidos em um espaço vazio escuro para expurgar seus medos, em proposta formal de dispositivo peculiar e desafiador. Já O estranho, de Flora Dias e Juruna Mallon, estreou no Festival de Cinema de Berlim de 2023 e trata de personagens em busca de vestígios do passado no Aeroporto Internacional de Guarulhos, um antigo território indígena. E no Uyra: A retomada da floresta, de Juliana Curi, vencedor do prêmio de Melhor Documentário pelo Júri Popular do Frameline International LGBTQ+ Film Festival em São Francisco, tem-se a viagem de autodescoberta de uma artista trans indígena pela floresta amazônica.
Entre os curtas e médias brasileiros, estão o goiano Pirenopolynda, de Tita Maravilha, Izzi Vitório e Bruno Victor, exibido no Doclisboa, que mostra Tita rememorando a festa do Divino de Pirenópolis, sua cidade natal, em busca de um viés decolonial.
Já o cearense Panteras, de Breno Baptista, lançado no Queerlisboa, trata da cura e da maldição em complexas relações afetivas entre amigas.
A seleção fez o possível para se destacar na diversidade de formatos, incluindo filmes de animação, documentários, videoinstalações, e filmes experimentais recém-celebrados, como o curta-metragem híbrido Onde está Mymme Mastroiagne, de Biarritz, selecionado para a Mostra Foco da 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes, que trata de uma cabelereira misteriosa que perde uma amiga no metaverso.
Selecionada para compor o pavilhão brasileiro na Bienal de Artes Veneza em 2024, a artista visual indígena Olinda Tupinambá está entre autoras contempladas pela programação, com sua obra Ibirapema, enquanto a artista mapuche Paula Baeza Pailamilla, convidada da 11ª Biennale de Berlin, assina a direção de Wufko. A Mostra traz ainda a obra Apariciones, da colombiana Carolina Caycedo, que já expôs no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA) e no Tate Modern em Londres. Enquanto isso, o artista indígena pernambucano Kadu Tapuya chega com o filme Timbira, no qual trata das peculiaridades de seu corpo-território.
“É muito instigante poder trazer em única curadoria trabalhos de artistas de searas tão diferentes. Na última edição da Mostra que aconteceu de forma remota em 2021 o filme pernambucano premiado foi a videodança Para não dançar em Segredo, de André Vitor. A possibilidade de colocar na mesma roda de diálogo filmes de documentário, ficção e obras de artistas das artes visuais provoca a pensar nas aproximações entre o fazer artístico e o espírito do tempo de maneira mais expansiva”, afirmou ao Viver a criadora e curadora da Mostra, Manuela Andrade.
O Ano III vai promover também seis sessões temáticas que mesclam as obras de Recife com os demais filmes que compõem a curadoria: Aparições magnéticas, Túneis luminosos, Memória cintilante e lampejos de cura, Sagrado onírico, Mistério e encantaria e Vestígios do desvelamento. Na parte formativa, a Mostra conta com duas oficinas – uma de crítica de cinema, ministrada por Mariana Souza, e uma de Direção de Arte, facilitada por Lia Letícia.
Entre os longas nacionais que serão exibidos na programação, Três tigres tristes, do diretor paulista Gustavo Vinagre, que venceu o Teddy Award da Berlinale, mescla situações de fantasia e tragicomédia, acompanha a rotina de três jovens em São Paulo angustiados pela pandemia da Covid-19. Outro é o documentário Agora, de Déa Ferraz, que recebeu menção honrosa o Olhar de Cinema de Curitiba em 2020 e convida artistas e ativistas reunidos em um espaço vazio escuro para expurgar seus medos, em proposta formal de dispositivo peculiar e desafiador. Já O estranho, de Flora Dias e Juruna Mallon, estreou no Festival de Cinema de Berlim de 2023 e trata de personagens em busca de vestígios do passado no Aeroporto Internacional de Guarulhos, um antigo território indígena. E no Uyra: A retomada da floresta, de Juliana Curi, vencedor do prêmio de Melhor Documentário pelo Júri Popular do Frameline International LGBTQ+ Film Festival em São Francisco, tem-se a viagem de autodescoberta de uma artista trans indígena pela floresta amazônica.
Entre os curtas e médias brasileiros, estão o goiano Pirenopolynda, de Tita Maravilha, Izzi Vitório e Bruno Victor, exibido no Doclisboa, que mostra Tita rememorando a festa do Divino de Pirenópolis, sua cidade natal, em busca de um viés decolonial.
Já o cearense Panteras, de Breno Baptista, lançado no Queerlisboa, trata da cura e da maldição em complexas relações afetivas entre amigas.
A seleção fez o possível para se destacar na diversidade de formatos, incluindo filmes de animação, documentários, videoinstalações, e filmes experimentais recém-celebrados, como o curta-metragem híbrido Onde está Mymme Mastroiagne, de Biarritz, selecionado para a Mostra Foco da 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes, que trata de uma cabelereira misteriosa que perde uma amiga no metaverso.
Selecionada para compor o pavilhão brasileiro na Bienal de Artes Veneza em 2024, a artista visual indígena Olinda Tupinambá está entre autoras contempladas pela programação, com sua obra Ibirapema, enquanto a artista mapuche Paula Baeza Pailamilla, convidada da 11ª Biennale de Berlin, assina a direção de Wufko. A Mostra traz ainda a obra Apariciones, da colombiana Carolina Caycedo, que já expôs no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA) e no Tate Modern em Londres. Enquanto isso, o artista indígena pernambucano Kadu Tapuya chega com o filme Timbira, no qual trata das peculiaridades de seu corpo-território.
“É muito instigante poder trazer em única curadoria trabalhos de artistas de searas tão diferentes. Na última edição da Mostra que aconteceu de forma remota em 2021 o filme pernambucano premiado foi a videodança Para não dançar em Segredo, de André Vitor. A possibilidade de colocar na mesma roda de diálogo filmes de documentário, ficção e obras de artistas das artes visuais provoca a pensar nas aproximações entre o fazer artístico e o espírito do tempo de maneira mais expansiva”, afirmou ao Viver a criadora e curadora da Mostra, Manuela Andrade.
O Ano III vai promover também seis sessões temáticas que mesclam as obras de Recife com os demais filmes que compõem a curadoria: Aparições magnéticas, Túneis luminosos, Memória cintilante e lampejos de cura, Sagrado onírico, Mistério e encantaria e Vestígios do desvelamento. Na parte formativa, a Mostra conta com duas oficinas – uma de crítica de cinema, ministrada por Mariana Souza, e uma de Direção de Arte, facilitada por Lia Letícia.