Emicida aporta turnê de despedida de AmarElo Álbum do rapper paulista foi lançado em 2019, tornando-se um emblemático clássico. Rendeu documentário e disco ao vivo, além de um Grammy Latino

ROBSON GOMES
Giro Blog

Publicação: 25/04/2024 03:00

Definitivamente, a vida do paulista Leandro Roque de Oliveira, mais conhecido como Emicida, aos 38 anos, pode ser dividida em A.A. e D.A., ou seja, antes e depois de AmarElo, o emblemático álbum lançado pelo cantor, compositor, rapper e pensador contemporâneo em outubro de 2019. Aliás, reduzi-lo a um disco é pouco, já que o artista conceitua este momento como um experimento social que foi disseminado em várias outras linguagens artísticas. E para fechar este ciclo marcante, ele traz a turnê de despedida AmarElo - A Gira Final amanhã, para o palco do Classic Hall, em Olinda, a partir das 20h30.

Em conversa com o Diario, Emicida relembra como esse trabalho impactou sua carreira, que atravessou até o duro período da pandemia de covid-19: “AmarElo tem um ciclo muito bonito e foi ganhando novos significados conforme os acontecimentos do mundo. Eu lembro que quando lançamos, não foi um disco que as pessoas gostassem de cara. Acho que estávamos propondo algo diferente. Mesmo a sonoridade, que chamei de neo-samba, o público custou a entender. Com a pandemia, aquelas músicas foram se tornando necessárias para as pessoas. É como se elas precisassem daquele disco e não soubessem disso”.

Ao trazer um álbum ousado que levou as pessoas a buscarem suas origens de forma espiritual e reafirmarem suas identidades enquanto corpos pretos e periféricos, o rapper “furou a bolha” e alcançou lugares que nem imaginava. “Eu fico contente que o disco tenha tocado públicos tão diferentes entre si.

Impulsionado pela faixa-título – gravada em parceria com Majur, Pabllo Vittar e com um sample do saudoso Belchior –  AmarElo desaguou em documentário na Netflix (indicado ao Emmy Internacional), um disco ao vivo e faturou um Grammy Latino, tornando-se o trabalho mais premiado do rap brasileiro. Por tudo isso, o músico conta que também foi transformado pela própria obra: “AmarElo me ajudou a encontrar a linguagem da minha música e tenho me sentido instigado por esse exercício de criação. Essa coisa de neo samba é uma responsa, por isso fui estudar sério. Quero criar algo musical que dê orgulho aos meus ídolos”.
 
Serviço


Emicida em AmarElo - A Gira Final
Quando: Nesta sexta-feira (26)
Onde: Classic Hall, a partir das 20h30.
Ingressos: a partir de R, à venda online e no local