Um dia para celebrar o Brasil Dia Nacional do Choro, ritmo enraizado no país, marca também o aniversário de um dos seus ícones: Pixinguinha. No Conservatório Pernambucano de Música, programação começa hoje

Antônio Gois

Publicação: 02/04/2024 03:00

O Dia Nacional do Choro, celebrado em 23 de abril, data que marca o nascimento do compositor Pixinguinha, em 1897, será comemorado pelo Conservatório Pernambucano de Música (CPM) com uma programação intensa entre hoje e a quinta (4).

Haverá shows no Teatro de Santa Isabel, em Santo Antônio, no Centro do Recife, e workshops e oficinas no auditório do CPM, localizado em Santo Amaro, também na área central da cidade. Todos serão gratuitos.

"O evento homenageará o professor e violonista 7 cordas, Ewerton Brandão Sarmento (Bozó Sete Cordas), e contará com atrações de peso como a cavaquinista Luciana Rabello, os violonistas 7 cordas Rogério Caetano e Gian Corrêa, Bruno Nascimento e Rafael Marques, assim como o próprio homenageado, que se apresentará com o seu Grupo Mandingar", explica a diretora geral do Conservatório, Janete Florêncio.

Ao Diario, Bozó diz que se considera homenageado duplamente. "É uma honra em dobro porque eu estou sendo homenageado por uma casa onde eu ensinei durante 37 anos. Para mim, é uma alegria imensa", comemora.

O músico também cobra mais incentivo público para a manutenção da cultura do Choro, declarado Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)no dia 29 de fevereiro deste ano.

"A música instrumental não tem uma rotatividade tal e qual a música cantada, né? Ela sempre vem enfrentando uma barreira muito grande para se manter, e o Choro, principalmente. O chorão realmente ama mais a sua música do que tudo no mundo. É por amor. O Choro está vivo por amor", diz.

História
O Choro, originado no século XIX no Rio de Janeiro, é uma expressão musical que combina influências europeias e africanas. Ao longo dos anos, se consolidou como uma das formas mais autênticas de música brasileira, incorporando elementos de improvisação, ritmo pulsante e melodia cativante.

Segundo o Iphan, o termo "choro" nasce da maneira chorosa de se tocar as músicas estrangeiras no final do século XIX e seus apreciadores chamavam a manifestação cultural de "música de fazer chorar".

Historicamente, Pernambuco desempenhou um papel fundamental na formação e desenvolvimento do Choro com músicos de peso como João Pernambuco, Tia Amélia, Luperce Miranda e Severino Araújo.

O Conservatório Pernambucano ocupa um lugar de destaque no fomento e preservação do gênero por ser a primeira instituição no Brasil a formalizar o ensino do Choro no final da década de 1970 e início de 1980.

Programação

Dia 02.04 (Terça-feira)


Show de Abertura com Rogério Caetano e Gian Correa
Local: Teatro de Santa Isabel
Horário: 19h

Dia 03.04 (Quarta-feira)

Oficina de Choro com Bruno Nascimento e Rafael Marques
Local: Conservatório Pernambucano de Música
Horário: das 9h às 12h

Workshop Luciana Rabello
Local: Conservatório Pernambucano de Música
Horário: das 14h às 17h

Show com Bruno Nascimento e Rafael Marques
Local: Teatro de Santa Isabel
Horário: 19h

Show com Grupo Mandinga
Local: Teatro de Santa Isabel
Horário: 20h

Dia 04.04 (Quinta-feira)

Oficina de Choro - Beto do Bandolim e Bozó
Local: Conservatório Pernambucano de Música
Horário: das 9h às 12h

Workshop com Rogério Caetano e Gian Corrêa
Local: Conservatório Pernambucano de Música
Horário: das 14h às 17h

Show com Luciana Rabello
Local: Teatro de Santa Isabel
Horário: 19h