Uma imersão no mundo de Alceu Valença Exposição "Alceu Valença, Uma Geografia Visceral Nordestina" foi inaugurada ontem, na Casa Estação da Luz, em Olinda, trazendo todo imaginário do cantor

Mareu Araújo
Giro Blog

Publicação: 18/04/2024 03:00

O pernambucano tem uma gama de artistas que o marcam. E é inegável que, entre eles, Alceu Valença ocupa lugar de destaque. Para saudar esse pernambucano de São Bento do Una, foi inaugurada ontem, em Olinda, a exposição Alceu Valença, Uma Geografia Visceral Nordestina.

Para o homenageado, a mostra surpreendeu. “Há, inclusive, reproduções da casa da Fazenda Riachão e do Cine Rex, onde cantei pela primeira vez, ainda na infância, em São Bento do Una”, conta ele.

Com mais de 200 objetos, entre fotografias, vídeos, peças do acervo pessoal e obras de arte, a exposição estará aberta para visitas na Casa Estação da Luz, local que o cantor, inclusive, é patrono, no Sítio Histórico de Olinda. Os visitantes vão se deparar com a trajetória, poética, musicalidade e as questões que a obra de Alceu provoca para a construção de um imaginário tradicional e contemporâneo do Nordeste.

“O título da exposição traz a geografia, mas não como mero recurso retórico, para celebrar a obra de Alceu e os seus mais de cinquenta anos de carreira. O Nordeste que é, antes de tudo, uma direção geográfica, mas aqui se insere como uma consciência íntima da sua produção artística”, explica no texto de apresentação Rafael Antonio Todeschini, que assina a curadoria.

Yanê Valença, sócia-gestora da Casa Estação da Luz e esposa do cantor, diz que ele jamais sentiu vergonha de ser autêntico. “Sua obra reflete e interpreta o imaginário coletivo genuinamente brasileiro. Como ele afirma em uma entrevista: ‘Eu tenho uma missão, que é inflar a alma brasileira, a alma nordestina. Porque num país que está ficando cada vez mais colonizado, sou a favor total da cultura brasileira’. Acredito que essa seja ‘a missão’ da exposição”, ressalta.

Um dos destaques é a tela de Sérgio Lemos que inspirou a composição de Morena Tropicana, além de imagens inéditas de Jackson do Pandeiro e Alceu juntos no Projeto Pixinguinha, quando eles cruzaram o Brasil em 1978. “Tudo o que Rafael Todeschini faz é de extremo bom gosto. Espero todo mundo lá”, convida o “Bicho Maluco Beleza”.