A música como combustível para Joanna
Com 45 anos de carreira, a cantora retorna ao Recife na próxima sexta-feira para se apresentar no Teatro do Parque, dentro do Projeto Seis e Meia
Pedro Cunha
Especial para o Diario
Publicação: 05/08/2024 03:00
Em 1979, o lançamento de Nascente marcou o surgimento de uma nova e poderosa voz na música brasileira. Naquele ano, Maria de Fátima Gomes Nogueira, uma carioca de 22 anos, decidiu adotar o nome artístico Joanna, criando uma marca pessoal que a destacaria em meio a tantos outros talentos. O título do disco refletia a essência do trabalho da artista: um novo começo, o nascer de uma estrela no firmamento da MPB. Quarenta e cinco anos depois, aos 67, Joanna se apresenta no Recife, na próxima sexta-feira (9), no Teatro do Parque, para celebrar momentos marcantes com a mesma vitalidade, potência e carisma de sempre, cantando o amor em todas as suas formas.
“A música sempre foi meu combustível. Não me via fazendo outra coisa que não fosse isso. Acho que semeei muita coisa boa e os frutos que surgiram foram se alastrando por todos os caminhos até me tornar uma cidadã do mundo. A conquista de um sonho realizado é o que alimenta a alma. Nada mais gratificante do que ver seu trabalho fazendo parte da história das pessoas através da arte, da palavra cantada”, avalia Joanna em entrevista exclusiva ao Diario.
Sucessos como Tô fazendo falta, Amanhã talvez, Estranha dependência, Meu primeiro amor, Volta, O que é que eu faço? e Toque de emoção poderão ser relembrados pelos fãs da compositora e intérprete no seu show no Teatro do Parque, no Projeto Seis e Meia. Quem abre a noite é o cantor pernambucano Pabllo Moreno, com uma roupagem eclética mesclando elementos do jazz, samba, soul e pop com sua nordestinidade.
Joanna comenta a importância de projetos como o Seis e Meia para a divulgação da cultura e da música brasileira. “É uma alegria imensa participar de um projeto tão especial e cantar no Recife, que sempre me acolheu com tanto amor. Os fãs podem esperar um show repleto de grandes sucessos, incluindo músicas de Guilherme Arantes, Flávio Venturini, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gonzaguinha, Roberto e Erasmo Carlos e Lô Borges. É um show que me remete a um tempo de ouro da música brasileira”, conclui ela, provando que talento e legado são eternos.
Com um currículo de deixar qualquer um boquiaberto — mais de 20 LPs e CDs, dois DVDs, dois CDs em espanhol e cerca de 18 milhões de vendas no Brasil e no exterior — ao recordar momentos da carreira, Joanna destaca tanto as conquistas nacionais quanto as internacionais. “Todo artista gosta de ser reconhecido pelo fora do Brasil. Tenho momentos marcantes em teatros emblemáticos na Europa, como os coliseus de Lisboa e Porto. No Brasil, cada vez que eu recebia um disco de ouro e platina era uma emoção redobrada. Esse galardão está guardado no meu coração”, lembra a artista, que também tem mais de 25 músicas em novelas.
Nascida no Méier e moradora da Barra da Tijuca há 42 anos, Joanna adaptou-se às mudanças na indústria da música com graça e a enxerga como parte integral da cultura do país, embora critique a superficialidade das canções atuais. “Não acho que o que está sendo tocado exaustivamente nas rádios expressa a essência da música brasileira”, enfatiza ela, que tem sempre o violão à mão, mesmo quando não está em estúdio ou em ensaios com a banda. “Existem poucos nichos de compositores novos fazendo música por excelência, como Roberta Campos, mas o que impera é pueril”.
FÉ E SEXUALIDADE
Joanna sempre foi discreta sobre suas relações amorosas, mas nunca escondeu sua sexualidade. Casada há cinco anos com a cantora católica Karen Keldani, 22 anos mais jovem, ela percebe uma evolução na aceitação e discussão, mas ainda vê muito ódio e preconceito. Mais campanhas de conscientização contra a homofobia e lesbofobia, diz ela, são necessárias na promoção e defesa dos direitos humanos.
“Todos somos cidadãos, temos que ter as mesmas oportunidades, merecemos respeito. Devemos incentivar um plano bem estruturado nacional de cidadania de gays e afins. Acho que seria um grande passo”, opina, acrescentando que conciliar sua fé católica com sua orientação sexual não foi fácil, mas diz acreditar no acolhimento. “A nossa igreja tem o papel de acolher. Cristo foi o maior referencial de acolhimento, justiça, caridade e empatia que tivemos na terra. Cristo olhava as pessoas com igualdade, e a igreja de Cristo tem por obrigação seguir seus passos. Digo: nunca deixe que alguém seja a sua voz, seja sempre você o tempo todo”.
“A música sempre foi meu combustível. Não me via fazendo outra coisa que não fosse isso. Acho que semeei muita coisa boa e os frutos que surgiram foram se alastrando por todos os caminhos até me tornar uma cidadã do mundo. A conquista de um sonho realizado é o que alimenta a alma. Nada mais gratificante do que ver seu trabalho fazendo parte da história das pessoas através da arte, da palavra cantada”, avalia Joanna em entrevista exclusiva ao Diario.
Sucessos como Tô fazendo falta, Amanhã talvez, Estranha dependência, Meu primeiro amor, Volta, O que é que eu faço? e Toque de emoção poderão ser relembrados pelos fãs da compositora e intérprete no seu show no Teatro do Parque, no Projeto Seis e Meia. Quem abre a noite é o cantor pernambucano Pabllo Moreno, com uma roupagem eclética mesclando elementos do jazz, samba, soul e pop com sua nordestinidade.
Joanna comenta a importância de projetos como o Seis e Meia para a divulgação da cultura e da música brasileira. “É uma alegria imensa participar de um projeto tão especial e cantar no Recife, que sempre me acolheu com tanto amor. Os fãs podem esperar um show repleto de grandes sucessos, incluindo músicas de Guilherme Arantes, Flávio Venturini, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gonzaguinha, Roberto e Erasmo Carlos e Lô Borges. É um show que me remete a um tempo de ouro da música brasileira”, conclui ela, provando que talento e legado são eternos.
Com um currículo de deixar qualquer um boquiaberto — mais de 20 LPs e CDs, dois DVDs, dois CDs em espanhol e cerca de 18 milhões de vendas no Brasil e no exterior — ao recordar momentos da carreira, Joanna destaca tanto as conquistas nacionais quanto as internacionais. “Todo artista gosta de ser reconhecido pelo fora do Brasil. Tenho momentos marcantes em teatros emblemáticos na Europa, como os coliseus de Lisboa e Porto. No Brasil, cada vez que eu recebia um disco de ouro e platina era uma emoção redobrada. Esse galardão está guardado no meu coração”, lembra a artista, que também tem mais de 25 músicas em novelas.
Nascida no Méier e moradora da Barra da Tijuca há 42 anos, Joanna adaptou-se às mudanças na indústria da música com graça e a enxerga como parte integral da cultura do país, embora critique a superficialidade das canções atuais. “Não acho que o que está sendo tocado exaustivamente nas rádios expressa a essência da música brasileira”, enfatiza ela, que tem sempre o violão à mão, mesmo quando não está em estúdio ou em ensaios com a banda. “Existem poucos nichos de compositores novos fazendo música por excelência, como Roberta Campos, mas o que impera é pueril”.
FÉ E SEXUALIDADE
Joanna sempre foi discreta sobre suas relações amorosas, mas nunca escondeu sua sexualidade. Casada há cinco anos com a cantora católica Karen Keldani, 22 anos mais jovem, ela percebe uma evolução na aceitação e discussão, mas ainda vê muito ódio e preconceito. Mais campanhas de conscientização contra a homofobia e lesbofobia, diz ela, são necessárias na promoção e defesa dos direitos humanos.
“Todos somos cidadãos, temos que ter as mesmas oportunidades, merecemos respeito. Devemos incentivar um plano bem estruturado nacional de cidadania de gays e afins. Acho que seria um grande passo”, opina, acrescentando que conciliar sua fé católica com sua orientação sexual não foi fácil, mas diz acreditar no acolhimento. “A nossa igreja tem o papel de acolher. Cristo foi o maior referencial de acolhimento, justiça, caridade e empatia que tivemos na terra. Cristo olhava as pessoas com igualdade, e a igreja de Cristo tem por obrigação seguir seus passos. Digo: nunca deixe que alguém seja a sua voz, seja sempre você o tempo todo”.