A dança da infinitude Festival Internacional de Dança do Recife promove nove dias de espetáculos locais e das cenas nacional e internacional.Grupo Grial será homenageado desta 27ª edição

Allan Lopes

Publicação: 18/10/2024 03:00

Experimentações, criações e inovações performáticas permeiam os nove dias da 27ª edição do Festival Internacional de Dança do Recife. O evento, promovido pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura (Secult) e da Fundação de Cultura Cidade do Recife (Funcultura), começa hoje e oferece 16 produções locais, além de oito nacionais e três internacionais, em diferentes espaços culturais da capital pernambucana.

O Grupo Grial, homenageado desta 27ª edição, será o responsável pela abertura do festival, às 19h, com o espetáculo Uma Mulher Vestida de Sol, no Teatro do Parque. Maria Paula Costa Rêgo, bailarina e coreógrafa do grupo desde 1997, continua no papel de intérprete.

A peça é uma releitura inspirada na obra de Ariano Suassuna, que o grupo levou aos palcos em 2001. Ao contrário da influência shakespeariana na primeira versão, Maria Paula privilegia o estilo ‘suassuniano’, trazendo mais elementos do sertão e da poética armorial. “A musicalidade é mais seca, mais sertaneja e poética, com a presença de João José do Egito e Miguel Marinho, cujas poesias, por vezes improvisadas em cena, dão uma nova vida à obra”.

A programação vai se espalhar por 11 equipamentos culturais e espaços públicos recifenses. Além dos teatros do Parque, de Santa Isabel, Apolo, Hermilo, Luiz Mendonça e do Paço do Frevo, as atividades alcançarão o Parque Dona Lindu, Praça da Várzea e Praça do Arsenal, Avenida Boa Viagem, Rua Duque de Caxias, Campo do Nacional (UR-1 Ibura) e Escola Municipal Professora Almerinda Umbelino de Barros.

“Temos desde apresentações infantis até espetáculos com bailarinos mais experientes. O tema do festival, ‘Corpos Atemporais’, reflete essa potência criativa de dançarinos que continuam vigorosos, apesar da idade”, diz o curador Dado Sodi. O espetáculo Ainda Não, agendado para sexta-feira (25), no Teatro do Parque, traz um processo colaborativo, criativo e afetivo disparado pelo coreógrafo Marcelo Evelin (PI) junto de um elenco de seis artistas cearenses.

A novidade é a apresentação de duas sessões de espetáculos no formato work in progress, quando a obra ainda está em fase final de concepção, mas é submetida ao encontro com o público para ser testada e transformada pela reação da plateia. “Vai ensinar ao público como se dá o processo criativo, ao mesmo tempo em que oferece ao artista um feedback valioso durante essa etapa”, explica Dado. Os dois representantes do formato serão Target, do recifense Rafael FX, no Teatro Hermilo Borba Filho, às 19h da sexta-feira (25), e Campo Minado, concebido por Daniel Sembrenome e pelo Grupo Experimental, homenageado da edição passada do Festival.