Os prefeituráveis e a cultura para o Recife Candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto para as eleições 2024 apresentam as suas proposições para o setor cultural

André Guerra e Allan Lopes

Publicação: 01/10/2024 03:00

Com a proximidade das eleições municipais, que ocorrem no domingo (6), a capital pernambucana  chega a mais um momento que decidirá os rumos da cidade nos próximos quatro anos. Esses rumos, naturalmente, também passam pelo setor artístico e cultural, importantes para a economia e a identidade do povo recifense.

A fim de entender as propostas de cada candidato à Prefeitura do Recife para a cultura, o Viver analisou o plano de governo dos cinco postulantes ao cargo mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto e conversou com eles para entender seus posicionamentos.

Candidato a reeleição pelo PSB, o prefeito João Campos destaca em seu plano de governo as realizações do atual mandato, em especial o carnaval de 2023 e 2024, após dois anos sem festa por causa da covid-19. Em entrevista, a campanha reafirmou o compromisso com a classe artística e a intenção principal de ampliar o trabalho da gestão.

“Queremos garantir a ampliação desse comprometimento, inclusive com a recuperação de outros equipamentos culturais e com a implantação do EduCultura, que tem como objetivo principal integrar a cultura na educação municipal, com três eixos: formação de professores, integração de mestres da cultura e festival cultural e educacional”, afirmou a candidatura. “Destacamos ainda a reestruturação do Sistema de Incentivo à Cultura, com a lei que rege o SIC sendo atualizado aumento de investimentos, com um incremento nos valores de cachês, subvenções e premiações, beneficiando artistas e trabalhadores da cultura e a ampliação do diálogo com os artistas e representantes culturais”, completou.

Candidato pelo PSD e ex-secretário de Turismo e Lazer de Pernambuco, Daniel Coelho ressalta em seu plano a importância da valorização das manifestações populares, do patrimônio cultural e do incentivo à economia criativa. Entre as propostas estão a criação do Polo Cultural e Literário da Boa Vista, que pretende requalificar a região, integrando o Teatro do Parque, a Praça Maciel Pinheiro e outros equipamentos e vias do bairro, além da criação da Biblioteca Clarice Lispector, do Roteiro Manuel Bandeira, e a promoção de festivais literários e de cultura popular. “A atual gestão tem deixado a desejar na preservação e valorização do patrimônio cultural e na promoção de Recife como destino turístico de relevância internacional. Nosso plano impulsionará a cultura literária e popular, algo que está ausente no cenário atual. Vamos investir na infraestrutura cultural, no marketing turístico eficiente, e no apoio direto a artistas e produtores culturais”, disse a campanha do candidato.

Dani Portela (PSOL) destina três páginas do seu plano de governo à cultura, com 13 propostas que incluem o fomento às manifestações culturais das juventudes negras, a democratização do acesso a recursos e o aumento do financiamento para artistas independentes, além de enfatizar a preservação do patrimônio histórico. “Uma das principais críticas da classe artística em relação ao Teatro do Parque, hoje reaberto, é a ausência da compreensão de que se trata de um cineteatro, e portanto deveria ter uma programação regular, atualmente marcada pela exibição de um único filme ou de apresentações pontuais de espetáculos de teatro”, analisou a candidata.

O advogado Tecio Teles (Novo) se compromete em diversificar a agenda cultural do Recife com a inclusão de outras manifestações além de São João e carnaval. “Vamos implementar circuitos de apresentações culturais em diversas áreas, como teatro, música, dança, artes plásticas, artes visuais, literatura e cultura popular”, afirmou.

Ex-Ministro do Turismo, Gilson Machado (PL) promete criar um calendário cultural descentralizado com festivais e eventos em todas as Regiões Político Administrativas (RPA), promovendo a cultura local e artistas em parques e espaços públicos. O Viver tentou contato com a campanha para solicitar um depoimento, mas não obteve resposta.