Reflorestando o futuro
Oficinas de formação audiovisual para crianças e adolescentes de uma organização não governamental no bairro de Brasília Teimosa, na Zona Sul do Recife, será ministrada pela artista pernambucana da dança Elis Costa, no próximo dia 17
André Guerra
Publicação: 11/10/2024 03:00
Um projeto que levará a Brasília Teimosa oficinas gratuitas de videodança de maneira imersiva e propositiva, ‘Depois do voo: Rotas para pousar no futuro’ é ainda uma celebração dos 30 anos de carreira da pesquisadora de arte e dançarina pernambucana Elis Costa. Para este seu trabalho, que reúne várias de suas aptidões artísticas e é destinado a crianças e adolescentes, ouvintes e surdas, ela fará, no dia 17 de outubro, em dois momentos, a exibição inédita da videodança em realidade virtual Encanto, que dirigiu ao lado de Alexandre Salomão, Liana Gesteira e Zé Diniz – mas antes, aproveitando a semana das crianças, Elis já preparou o terreno com a proposta de formação que contempla exclusivamente os jovens da ONG Centro de Educação Popular Maide Araújo (CEPOMA), onde também será feita a exibição da videodança na próxima semana.
Com abordagem prático-teórica que busca levar o universo da videodança para esse público jovem, as oficinas, que seguem até segunda-feira e são mediadas por Elis, Alexandre Salomão e Zé Diniz, visam contribuir na formação e construção de memórias pessoais e coletivas da comunidade, possibilitando que os alunos experimentem a potencialidade de equipamento de captação e edição e a força de suas presenças diante deles. Realizadora audiovisual e historiadora, Elis passou a desenvolver, desde pouco antes da pandemia, trabalhos que se relacionam com a ludicidade e com o público infantil, mesmo que o ‘Depois do voo’, em particular, tenha se originado da difícil fase da covid-19 e com seu conceito inicial embasado na temática do luto.
Pensando no tema das perdas e das dificuldades como uma etapa de transição artística para uma utopia de alegrias, a artista passou a amadurecer sua ideia - e uma das forças dele acabou vindo justamente da sua memória afetiva: Elis começou a dançar no CEPOMA e resgata na comunidade, desse modo, essa anseio por passar adiante o poder transformador da arte. Um fator tecnológico que veio a agregar nessa força sensorial pretendida por ela foi o uso da câmera de 360 graus, que permitiu a sua videodança alçar novos voos (daí surgiu o título do novo projeto.
A videodança Encanto, portanto, que será exibida como resultado do projeto de pesquisa apenas na próxima semana, propõe uma experiência imersiva de realidade virtual: uma rota que nasce do plantio da saudade como caminho para reestabelecer e replantar a vida, semeando a esperança na juventude.
Após o primeiro dia de oficinas, Elis falou ao Viver sobre o propósito do seu projeto e em como ele se encaixa na semana de celebração da infância e da criação de novos rumos para o mundo.
“Essas ‘rotas para pousar no futuro’ que estão no título do trabalho representam esses caminhos que estamos desenhando, através da videodança, para que possamos colaborar com um futuro sonhado em que a gente não precise passar por coisas tristes e trágicas que já passamos. Pode ser uma utopia, mas a utopia é também para onde a gente caminha e o que a gente deseja, aquele no qual a gente possa cantar, dançar e ser feliz mais do que chorar nossas perdas e ausências”, explicou a artista. “A ideia de um trabalho de formação dentro desse projeto vem justamente desse anseio pela arte como uma semente que refloreste sonhos, principalmente em territórios lidos como áridos, como muitas vezes são lidas comunidades e territórios periféricos. Falando pela equipe, esse era o presente que gostaríamos de deixar nesse mês das crianças. E que a gente possa sempre contribuir com isso”, completou.
Com abordagem prático-teórica que busca levar o universo da videodança para esse público jovem, as oficinas, que seguem até segunda-feira e são mediadas por Elis, Alexandre Salomão e Zé Diniz, visam contribuir na formação e construção de memórias pessoais e coletivas da comunidade, possibilitando que os alunos experimentem a potencialidade de equipamento de captação e edição e a força de suas presenças diante deles. Realizadora audiovisual e historiadora, Elis passou a desenvolver, desde pouco antes da pandemia, trabalhos que se relacionam com a ludicidade e com o público infantil, mesmo que o ‘Depois do voo’, em particular, tenha se originado da difícil fase da covid-19 e com seu conceito inicial embasado na temática do luto.
Pensando no tema das perdas e das dificuldades como uma etapa de transição artística para uma utopia de alegrias, a artista passou a amadurecer sua ideia - e uma das forças dele acabou vindo justamente da sua memória afetiva: Elis começou a dançar no CEPOMA e resgata na comunidade, desse modo, essa anseio por passar adiante o poder transformador da arte. Um fator tecnológico que veio a agregar nessa força sensorial pretendida por ela foi o uso da câmera de 360 graus, que permitiu a sua videodança alçar novos voos (daí surgiu o título do novo projeto.
A videodança Encanto, portanto, que será exibida como resultado do projeto de pesquisa apenas na próxima semana, propõe uma experiência imersiva de realidade virtual: uma rota que nasce do plantio da saudade como caminho para reestabelecer e replantar a vida, semeando a esperança na juventude.
Após o primeiro dia de oficinas, Elis falou ao Viver sobre o propósito do seu projeto e em como ele se encaixa na semana de celebração da infância e da criação de novos rumos para o mundo.
“Essas ‘rotas para pousar no futuro’ que estão no título do trabalho representam esses caminhos que estamos desenhando, através da videodança, para que possamos colaborar com um futuro sonhado em que a gente não precise passar por coisas tristes e trágicas que já passamos. Pode ser uma utopia, mas a utopia é também para onde a gente caminha e o que a gente deseja, aquele no qual a gente possa cantar, dançar e ser feliz mais do que chorar nossas perdas e ausências”, explicou a artista. “A ideia de um trabalho de formação dentro desse projeto vem justamente desse anseio pela arte como uma semente que refloreste sonhos, principalmente em territórios lidos como áridos, como muitas vezes são lidas comunidades e territórios periféricos. Falando pela equipe, esse era o presente que gostaríamos de deixar nesse mês das crianças. E que a gente possa sempre contribuir com isso”, completou.