Ainda estamos no jogo
Com as indicações ao Globo de Ouro 2025 para Fernanda Torres e para "Ainda estou aqui", Brasil consolida sua força na temporada de prêmios
André Guerra
Publicação: 10/12/2024 03:00
A Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood divulgou ontem os indicados ao 82º Globo de Ouro, considerado a primeira grande premiação televisionada da temporada da indústria. E o grande sucesso do cinema nacional de 2024, Ainda estou aqui, marcou presença na lista com a nomeação de melhor filme em língua não-inglesa e com a aguardada indicação de Fernanda Torres na categoria de atriz de drama.
Dirigido por Walter Salles e adaptado do livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, o longa que conta a história do desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva durante a ditadura militar através do ponto de vista de sua esposa, Eunice Paiva, se tornou o filme brasileiro mais visto no país no pós-pandemia com menos de um mês em cartaz. Escolhido para representar o Brasil no Oscar 2025 na categoria de longa internacional, Ainda estou aqui já acumula menções e vitórias em vários festivais e premiações de crítica. No Globo do Ouro, o longa disputa o prêmio de filme em língua não-inglesa com Emilia Pérez (França), Tudo que imaginamos como luz (Índia), A garota da agulha (Dinamarca), Vermiglio (Itália) e A semente da figueira sagrada (Alemanha).
Considerada a principal da premiação, a categoria de melhor filme de drama indicou O brutalista, Um completo desconhecido, Conclave, Duna: Parte 2, Nickel boys e September 5.
No entanto, é a categoria de melhor filme de comédia ou musical que parece mais badalada nesta edição, com os indicados Anora, Wicked, Emilia Pérez, A substância, Rivais e A verdadeira dor – sendo os três primeiros os filmes quantitativamente mais premiados do ano até aqui.
AS CHANCES DE FERNANDA
Em campanha desde setembro, Fernanda Torres concorre ao Globo de Ouro com Angelina Jolie (Maria Callas), Nicole Kidman (Babygirl), Pamela Anderson (The last showgirl), Tilda Swinton (O quarto ao lado) e Kate Winslet (Lee). No momento, não há um franco favoritismo, embora pareçam fortes os nomes de Kidman, que venceu há três anos por Apresentando os Ricardos, e Angelina Jolie, cujo papel na cinebiografia sobre Maria Callas é feito sob medida para prêmios. Mas, com a grande aclamação e comoção em torno de Ainda estou aqui, é, sim, totalmente possível pensar em vitória da atriz, sobretudo após seu nome citado entre as quatro melhores atuações do ano da Associação de Críticos de Los Angeles.
A jornada iniciada no Festival de Veneza, com mais de 10 minutos de aplausos após a sessão, a crescente de Fernanda na temporada ganhou muita força com as vitórias e aparições do filme nos festivais e listas de peso em Hollywood, mas também com o engajamento do público brasileiro, que quebrou recordes nas redes sociais das premiações e vem empenhado na torcida pela indicação ao Oscar – cuja lista sai apenas em janeiro.
O Brasil, afinal, tem uma mágoa famosa da Academia, já que, 25 anos atrás, Central do Brasil, também de Walter Salles, e Fernanda Montenegro, estavam concorrendo, mas não venceram como filme estrangeiro e atriz principal.
Do ponto de vista objetivo, a indicação de Fernanda Torres e mesmo uma hipotética vitória no Globo de Ouro não influenciam diretamente no Oscar, mas a nomeação representa um impulso essencial na sua campanha e na visibilidade para com os votantes da Academia.
O filme em si demonstrou força ao concorrer em duas categorias, mas o caminho entre os concorrentes parece bem mais traçado.
Dirigido por Walter Salles e adaptado do livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, o longa que conta a história do desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva durante a ditadura militar através do ponto de vista de sua esposa, Eunice Paiva, se tornou o filme brasileiro mais visto no país no pós-pandemia com menos de um mês em cartaz. Escolhido para representar o Brasil no Oscar 2025 na categoria de longa internacional, Ainda estou aqui já acumula menções e vitórias em vários festivais e premiações de crítica. No Globo do Ouro, o longa disputa o prêmio de filme em língua não-inglesa com Emilia Pérez (França), Tudo que imaginamos como luz (Índia), A garota da agulha (Dinamarca), Vermiglio (Itália) e A semente da figueira sagrada (Alemanha).
Considerada a principal da premiação, a categoria de melhor filme de drama indicou O brutalista, Um completo desconhecido, Conclave, Duna: Parte 2, Nickel boys e September 5.
No entanto, é a categoria de melhor filme de comédia ou musical que parece mais badalada nesta edição, com os indicados Anora, Wicked, Emilia Pérez, A substância, Rivais e A verdadeira dor – sendo os três primeiros os filmes quantitativamente mais premiados do ano até aqui.
AS CHANCES DE FERNANDA
Em campanha desde setembro, Fernanda Torres concorre ao Globo de Ouro com Angelina Jolie (Maria Callas), Nicole Kidman (Babygirl), Pamela Anderson (The last showgirl), Tilda Swinton (O quarto ao lado) e Kate Winslet (Lee). No momento, não há um franco favoritismo, embora pareçam fortes os nomes de Kidman, que venceu há três anos por Apresentando os Ricardos, e Angelina Jolie, cujo papel na cinebiografia sobre Maria Callas é feito sob medida para prêmios. Mas, com a grande aclamação e comoção em torno de Ainda estou aqui, é, sim, totalmente possível pensar em vitória da atriz, sobretudo após seu nome citado entre as quatro melhores atuações do ano da Associação de Críticos de Los Angeles.
A jornada iniciada no Festival de Veneza, com mais de 10 minutos de aplausos após a sessão, a crescente de Fernanda na temporada ganhou muita força com as vitórias e aparições do filme nos festivais e listas de peso em Hollywood, mas também com o engajamento do público brasileiro, que quebrou recordes nas redes sociais das premiações e vem empenhado na torcida pela indicação ao Oscar – cuja lista sai apenas em janeiro.
O Brasil, afinal, tem uma mágoa famosa da Academia, já que, 25 anos atrás, Central do Brasil, também de Walter Salles, e Fernanda Montenegro, estavam concorrendo, mas não venceram como filme estrangeiro e atriz principal.
Do ponto de vista objetivo, a indicação de Fernanda Torres e mesmo uma hipotética vitória no Globo de Ouro não influenciam diretamente no Oscar, mas a nomeação representa um impulso essencial na sua campanha e na visibilidade para com os votantes da Academia.
O filme em si demonstrou força ao concorrer em duas categorias, mas o caminho entre os concorrentes parece bem mais traçado.