Santa Isabel viu a estreia da Compadecida
Aos 29 anos, Ariano Suassuna já tinha no currículo textos como Uma Mulher Vestida de Sol, mas foram as confusões de João Grilo e Chicó que o consagraram
Publicação: 25/12/2024 03:00
Décadas antes de suas aventuras serem imortalizadas no cinema, João Grilo e Chicó já arrancavam aplausos no teatro. O Auto da Compadecida, obra-prima de Ariano Suassuna, estreou como A Compadecida em 1956, no Teatro de Santa Isabel. Aos 29 anos, o paraibano radicado no Recife, formado em Direito, já era um autor prolífico, somando textos como Uma mulher vestida de Sol, Torturas de um coração e O rico avarento, mas foram as confusões picarescas em Taperoá que o consagraram na dramaturgia.
Ariano confiou a Clênio Wanderley, diretor do Teatro Adolescente do Recife (TAR), a tarefa de encenar seu texto inédito. Clênio, por sua vez, convidou Tibi, Alberique Farias, Ricardo Gomes e José Pimentel, atores do Grupo Dramático Paroquial de Água Fria, para dar vida aos personagens. "Como é praxe em todos os meus espetáculos, lançarei novos talentos para a cena pernambucana", afirmava Clênio ao Correio do Povo. Com a estreia prevista para 4 de setembro de 1956, no Teatro de Santa Isabel, A Compadecida teve seu início adiado após Bibi Ferreira, diva do teatro musical brasileiro, optar por estender sua temporada no mesmo palco.
A Compadecida finalmente saiu do papel em 11 de setembro de 1956, com Sandoval Cavalcanti, Socorro Raposo e Eutrópio Gonçalves no elenco. Clênio Wanderley, além de dirigir e cuidar do cenário, interpretava Chicó, enquanto Ricardo Gomes fazia João Grilo. Luiz Mendonça e Nina Elva eram o padeiro e sua esposa, Tibi vivia Severino de Aracaju, e José Gonçalves interpretava Cristo. José Pimentel atuava como Antônio Morais e Encourado, o diabo. No total, 17 pessoas participaram da montagem.
Apesar da boa estreia, a temporada foi cancelada por falta de público. Um novo capítulo começou no dia 18, com uma viagem para o Rio de Janeiro e a participação no I Festival de Amadores Nacionais, onde a peça foi reconhecida como uma das mais promissoras. As expectativas foram superadas, com aplausos da atriz francesa Henriette Morineau e da jovem, mas já respeitada, Fernanda Montenegro, que consagrou Ariano Suassuna entre os maiores autores do Brasil de todos os tempos.
Ariano confiou a Clênio Wanderley, diretor do Teatro Adolescente do Recife (TAR), a tarefa de encenar seu texto inédito. Clênio, por sua vez, convidou Tibi, Alberique Farias, Ricardo Gomes e José Pimentel, atores do Grupo Dramático Paroquial de Água Fria, para dar vida aos personagens. "Como é praxe em todos os meus espetáculos, lançarei novos talentos para a cena pernambucana", afirmava Clênio ao Correio do Povo. Com a estreia prevista para 4 de setembro de 1956, no Teatro de Santa Isabel, A Compadecida teve seu início adiado após Bibi Ferreira, diva do teatro musical brasileiro, optar por estender sua temporada no mesmo palco.
A Compadecida finalmente saiu do papel em 11 de setembro de 1956, com Sandoval Cavalcanti, Socorro Raposo e Eutrópio Gonçalves no elenco. Clênio Wanderley, além de dirigir e cuidar do cenário, interpretava Chicó, enquanto Ricardo Gomes fazia João Grilo. Luiz Mendonça e Nina Elva eram o padeiro e sua esposa, Tibi vivia Severino de Aracaju, e José Gonçalves interpretava Cristo. José Pimentel atuava como Antônio Morais e Encourado, o diabo. No total, 17 pessoas participaram da montagem.
Apesar da boa estreia, a temporada foi cancelada por falta de público. Um novo capítulo começou no dia 18, com uma viagem para o Rio de Janeiro e a participação no I Festival de Amadores Nacionais, onde a peça foi reconhecida como uma das mais promissoras. As expectativas foram superadas, com aplausos da atriz francesa Henriette Morineau e da jovem, mas já respeitada, Fernanda Montenegro, que consagrou Ariano Suassuna entre os maiores autores do Brasil de todos os tempos.