Aplausos e boas críticas para longa brasileiro Em competição no Festival de Berlim, o filme "O Último Azul", dirigido pelo pernambucano Gabriel Mascaro, tem ótima recepção em sua estreia mundial

André Guerra

Publicação: 18/02/2025 03:00

Os atores Denise Weinberg e Adanilo estão no elenco do novo longa de Mascaro (LAURENT HOU/DIVULGAÇÃO E ANNA LUIZA MULLER/CORTESIA)
Os atores Denise Weinberg e Adanilo estão no elenco do novo longa de Mascaro

Enquanto Ainda Estou Aqui segue celebrado com as três indicações ao Oscar, a primeira onda de reações do 75º Festival de Berlim demonstraram entusiasmo com a estreia mundial do filme que representa o Brasil na disputada competição pelo Urso de Ouro. Novo longa do pernambucano Gabriel Mascaro, O Último Azul foi bastante aplaudido ao fim da exibição e, pelas avaliações da imprensa, pode ser um forte candidato à premiação principal do evento, que será anunciada no próximo domingo.

Com a presença do diretor, dos atores Denise Weinberg, Rodrigo Santoro, Miriam Socarrás, Adanilo e Rosa Malagueta e do roteirista Tibério Azul, o filme recebeu vários elogios da crítica internacional, com o Euronews classificando o trabalho de Mascaro como "impressionante" e aclamando também a perfomance de Denise no papel principal, enquanto a Variety enalteceu o tratamento visual, chamando as imagens de "inesquecíveis".

Até o momento, O Último Azul é o mais bem avaliado pelas notas da crítica entre os longas da competição. Entre as obras aguardadas que disputam o Urso de Ouro, estão Blue Moon, de Richard Linklater, e What Does That Nature Say to You, de Hong Sang-soo.

Além de ressaltar a honra de estrear em Berlim, Mascaro destacou como o longa se relaciona com a história de sua avó. "Ela aprendeu a pintar com 80 anos, então foi muito especial vê-la descobrindo essa nova vida. Isso me fez refletir muito sobre envelhecimento, então comecei a escrever o filme e encontrei alguém que pudesse ser o coração e a alma dele, a Denise Weinberg", disse o diretor no palco.

Com previsão para chegar ao circuito comercial no Brasil no segundo semestre, O Último Azul é situado na Amazônia, em um país quase distópico, no qual o governo transfere idosos para uma colônia habitacional para viver seus últimos anos de vida. Antes de seu exílio compulsório, Tereza, de 77 anos, embarca em uma jornada para realizar seu último sonho. É o cinema brasileiro, desta vez sob um olhar pernambucano, em clima de torcida novamente.