As cores de Xuxa
Apresentadora segue sua trajetória de se comunicar com as crianças em um novo "Só Para Baixinhos", que busca unir públicos de todas as idades
ROBSON GOMES
Especial para o Viver
Publicação: 14/04/2025 03:00
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Se sua vida fosse um grande livro para colorir, com quais cores você pintaria? Embora a pergunta seja um tanto abstrata, concretamente falando existe uma artista que, em boa parte de sua trajetória, tem feito a vida de crianças e adultos mais colorida na televisão, na música e no cinema. Aos 62 anos de idade, ela presenteia o público infantil com um álbum inédito nas plataformas digitais dedicado a esses diversos tons: estamos falando de Xuxa e o seu Só Para Baixinhos 14 – Cores.
Lançado pela gravadora Som Livre, esta nova edição do XSPB quebra um hiato de quase dez anos, já que o último é de 2016. Em entrevista exclusiva ao Viver, Xuxa conta porque esse formato ainda merece ser continuado. “Não sei se a palavra seria ‘merece’, mas não tem como não fazer um projeto desses em qualquer época da minha vida, como foi há 20 anos, ou há quase 10 anos, porque estou amadurecendo e aprendendo. E nada mais justo do que dedicar o meu melhor para as crianças no decorrer da minha carreira”, justifica a artista gaúcha, que completa: “Se eu sacar que as pessoas não querem mais ver ou ouvir o que tenho para oferecer, acabou o projeto. Caso isso não aconteça, existe muito chão pela frente. Enquanto os pais acreditarem que o que eu entrego é exatamente o que eles também querem dar a seus filhos, o XSPB continuará por muito tempo”.
Com direção artística da própria Xuxa, direção musical de seu marido, o cantor Junno Andrade, e produção de Carlos Bezerra, o XSPB 14 – Cores traz 13 faixas. No novo trabalho, enquanto as músicas têm a missão de entreter as crianças desta nova geração, alguns clipes, figurinos, ilustrações e a volta de algumas Paquitas fazendo coro em dez canções trazem a intenção clara de atrair os “eternos baixinhos”, que hoje são mais que altinhos.
“O fato de escolher uma capa que lembre o Xou da Xuxa e de eu ter um longo tempo de XSPB me fez ver que crianças que viram esse projeto no início [lançado no ano 2000] hoje também já são pais”, afirma. “Mas não penso friamente nisso, só quero fazer o melhor para as crianças. E espero que os adultos pensem: adorei vê-la fazendo isso e estou amando mostrar isso para meus filhos”.
Praticamente todas as letras do XSPB 14 falam da beleza e importância de todas as cores para o dia a dia. E nos dias atuais, não tem como também dissociar o conceito de “cores” para refletir sobre os diversos tons da pele. Mas para Xuxa, essa distinção não existe: “Quando converso com meu público, eu não divido. Não direciono nada para crianças brancas, negras, com dinheiro ou sem dinheiro. Eu trabalho para crianças e ponto”, enfatiza.
O álbum tem as participações do próprio Junno (cantando Vermelho) e Angélica, que encerra o álbum com o dueto Qual a Cor da Amizade?. “No início, eu disse ao Junno que queria falar sobre as cores da amizade. Na realidade, perguntei a ele: ‘Se a amizade tivesse que ter uma cor, qual seria?’ E a música começa assim, porque é muito difícil responder a essa pergunta. E falei que queria cantar com Angélica. Também já pensei num clipe que começasse em preto e branco, e depois, tudo ficasse mais colorido. E Junno, com os outros compositores, fizeram essa música acontecer”, relata. O clipe da faixa Preto e Branco traz várias referências no figurino que lembram Rita Lee, numa verdadeira homenagem à eterna Rainha do Rock, falecida em 2023, que compôs Peter Pan para o primeiro álbum do Xou da Xuxa.
Cores à parte, perguntamos à eterna Rainha dos Baixinhos sobre sua turnê O Último Voo da Nave, que será anunciada em breve: “Será um momento muito importante para o meu público, mas muito mais para mim. Quero dar o meu melhor em visual, roupa, cenários. Ou seja, o meu melhor em tudo para o público que cresceu comigo”. E Recife, fará parte deste momento? “Tomara que sim. Espero que Recife me queira e O Último Voo da Nave passe por aí porque é um lugar que gosto muito, que sempre me recebeu com muito carinho. Quero muito, muito mesmo!”, anseia Xuxa, do mesmo jeito que os pernambucanos sonham receber este nostálgico espetáculo por aqui. Um sonho colorido, que sempre vem para quem sonhar.