Rosa que desabrocha Sem abandonar o passado, Samuel Rosa apresenta nova fase da carreira no festival Clássicos do Brasil, sábado

Allan Lopes

Publicação: 09/04/2025 03:00

 (LORENA DINI/DIVULGAÇÃO)
"Vou deixar a vida me levar pra onde ela quiser". O icônico refrão de Vou Deixar, eterno hit do Skank, ecoa como um mantra na trajetória solo de Samuel Rosa. Desde o adeus da banda, em 2023, que deixou um vazio no cenário musical brasileiro, o mineiro carrega seu legado sem contudo tornar-se refém. Prova disso é o repertório do artista, que será apresentado pela primeira vez no Recife neste sábado, no Classic Hall, no festival Clássicos do Brasil, reunindo as canções do álbum Rosa misturadas aos hits que consagraram o Skank. Na mesma noite, dedicada ao pop brasileiro, também sobem ao palco Vanessa da Mata e Paralamas do Sucesso. O evento, que celebra a diversidade musical brasileira, começa amanhã, reservando também espaço para a música pernambucana, o rock e o samba.

Antes de se lançar na carreira solo, este beatlemaníaco assumido teve o privilégio de ver Paul McCartney tocar Hey Jude em um show intimista (para 500 pessoas!) em Brasília. Ao testemunhar o ídolo reviver uma das maiores pérolas da música pop com a mesma intensidade de décadas atrás, Samuel percebeu que não era necessário eliminar os vestígios do passado em Rosa. "Eu brinco que Paul mandou um recado por telepatia para mim: 'Não inventa, faça o que você sabe fazer'", lembra o cantor, que captou a mensagem. "Eu quis soar eu mesmo, naturalmente, sem querer fazer um disco pretensioso. Deixei que o novo aparecesse de forma espontânea", explica, em conversa exclusiva com o Viver.

Por outro lado, Samuel desejava reencontrar aquela velha sensação de frio na barriga, que não o visitava fazia muito tempo. "É um recomeço que me provoca, que me transporta para o novo, para as incertezas. O Skank era um jogo ganho, e eu sentia falta dessa adrenalina. No final das contas, o que realmente vale é o processo, não a chegada. Os fins até importam, claro, mas a caminhada, com todas as suas dúvidas e desafios, é muito mais saborosa".

As dez faixas do disco são costuradas pelo mesmo fio condutor: o amor em suas múltiplas faces. O primeiro single, Segue o Jogo, exemplifica essa diversidade ao abordar a superação após um término - e já integra o setlist do show no Recife.

Mas Rosa vai além do tema amoroso. O álbum é, em si, um exercício de identidade. Soa como uma extensão direta do artista - no título, nas letras e na sonoridade. O mineiro planeja deixar sua assinatura musical como principal legado para as gerações futuras. "Às vezes, fico assustado por estar entrando no último quarto de vida", acentua. Para ele, que está com 58 anos, isso também implica em não ceder às exigências do mercado. "Essa dinâmica se tornou quase uma militância. Às vezes, eu preciso me segurar para não cair nessa obsessão de estar constantemente 'mostrando' algo novo", observa.

A turnê de Samuel Rosa já percorreu 60 cidades brasileiras, mas ainda tem contas a acertar - como o aguardado show no Recife, que finalmente acontecerá no Clássicos do Brasil, no mesmo palco onde aconteceu a despedida da banda. "Foi lindo ver aquela energia. Tenho certeza que não será diferente desta vez", garante. O repertório vai incluir clássicos que marcaram gerações, como a própria Vou Deixar, agora com a assinatura da nova banda. "Como diria Sting, é um show para fazer as pessoas se sentirem, naquele momento, no melhor lugar do mundo", celebra Samuel.

Samuel com Henrique Portugal, Lelo Zaneti e Haroldo Ferretti (ARQUIVO DP)
Samuel com Henrique Portugal, Lelo Zaneti e Haroldo Ferretti


O projeto solo vem conquistando cada vez mais espaço, com a ótima recepção do clipe de Rio Dentro do Mar no YouTube, que já se aproxima de um milhão de visualizações. Para completar, os fãs ainda podem apreciar o trabalho na versão física, já que Rosa foi lançado em vinil. "Está sendo tudo muito promissor. Se há dois anos alguém me dissesse que eu estaria onde estou agora, com certeza ficaria muito feliz, claro. Mas ainda tem muita coisa pela frente", frisa. Como ele mesmo profetizou, Samuel Rosa deixou a vida o levar para onde ela quis. Mas o melhor ainda deve estar por vir. "Vou deixar a vida me levar pra onde ela quiser". O icônico refrão de Vou Deixar, eterno hit do Skank, ecoa como um mantra na trajetória solo de Samuel Rosa. Desde o adeus da banda, em 2023, que deixou um vazio no cenário musical brasileiro, o mineiro carrega seu legado sem contudo tornar-se refém. Prova disso é o repertório do artista, que será apresentado pela primeira vez no Recife neste sábado, no Classic Hall, no festival Clássicos do Brasil, reunindo as canções do álbum Rosa misturadas aos hits que consagraram o Skank. Na mesma noite, dedicada ao pop brasileiro, também sobem ao palco Vanessa da Mata e Paralamas do Sucesso. O evento, que celebra a diversidade musical brasileira, começa amanhã, reservando também espaço para a música pernambucana, o rock e o samba.

Antes de se lançar na carreira solo, este beatlemaníaco assumido teve o privilégio de ver Paul McCartney tocar Hey Jude em um show intimista (para 500 pessoas!) em Brasília. Ao testemunhar o ídolo reviver uma das maiores pérolas da música pop com a mesma intensidade de décadas atrás, Samuel percebeu que não era necessário eliminar os vestígios do passado em Rosa. "Eu brinco que Paul mandou um recado por telepatia para mim: 'Não inventa, faça o que você sabe fazer'", lembra o cantor, que captou a mensagem. "Eu quis soar eu mesmo, naturalmente, sem querer fazer um disco pretensioso. Deixei que o novo aparecesse de forma espontânea", explica, em conversa exclusiva com o Viver.

Por outro lado, Samuel desejava reencontrar aquela velha sensação de frio na barriga, que não o visitava fazia muito tempo. "É um recomeço que me provoca, que me transporta para o novo, para as incertezas. O Skank era um jogo ganho, e eu sentia falta dessa adrenalina. No final das contas, o que realmente vale é o processo, não a chegada. Os fins até importam, claro, mas a caminhada, com todas as suas dúvidas e desafios, é muito mais saborosa".

As dez faixas do disco são costuradas pelo mesmo fio condutor: o amor em suas múltiplas faces. O primeiro single, Segue o Jogo, exemplifica essa diversidade ao abordar a superação após um término - e já integra o setlist do show no Recife.

Mas Rosa vai além do tema amoroso. O álbum é, em si, um exercício de identidade. Soa como uma extensão direta do artista - no título, nas letras e na sonoridade. O mineiro planeja deixar sua assinatura musical como principal legado para as gerações futuras. "Às vezes, fico assustado por estar entrando no último quarto de vida", acentua. Para ele, que está com 58 anos, isso também implica em não ceder às exigências do mercado. "Essa dinâmica se tornou quase uma militância. Às vezes, eu preciso me segurar para não cair nessa obsessão de estar constantemente 'mostrando' algo novo", observa.

A turnê de Samuel Rosa já percorreu 60 cidades brasileiras, mas ainda tem contas a acertar - como o aguardado show no Recife, que finalmente acontecerá no Clássicos do Brasil, no mesmo palco onde aconteceu a despedida da banda. "Foi lindo ver aquela energia. Tenho certeza que não será diferente desta vez", garante. O repertório vai incluir clássicos que marcaram gerações, como a própria Vou Deixar, agora com a assinatura da nova banda. "Como diria Sting, é um show para fazer as pessoas se sentirem, naquele momento, no melhor lugar do mundo", celebra Samuel.

O projeto solo vem conquistando cada vez mais espaço, com a ótima recepção do clipe de Rio Dentro do Mar no YouTube, que já se aproxima de um milhão de visualizações. Para completar, os fãs ainda podem apreciar o trabalho na versão física, já que Rosa foi lançado em vinil. "Está sendo tudo muito promissor. Se há dois anos alguém me dissesse que eu estaria onde estou agora, com certeza ficaria muito feliz, claro. Mas ainda tem muita coisa pela frente", frisa. Como ele mesmo profetizou, Samuel Rosa deixou a vida o levar para onde ela quis. Mas o melhor ainda deve estar por vir.