Um mestre da improvisação na Estação da Luz Sergio Krakowski volta a Pernambuco neste sábado para dividir o palco com o carioca Thiago Amud e os pernambucanos Juliano Holanda e Gilu Amaral

Pedro Ferrer

Publicação: 14/05/2025 03:00

O músico está lançando o single Dongueragan nesta quarta-feira nas plataformas digitais  (Aline Muller/divulgação)
O músico está lançando o single Dongueragan nesta quarta-feira nas plataformas digitais

Neste sábado (17), a Casa Estação da Luz, em Olinda, recebe um encontro poderoso entre palavra, ritmo e invenção. O percussionista Sergio Krakowski se junta ao compositor e violonista Thiago Amud para um espetáculo que celebra a liberdade musical em sua forma mais viva. Com participações especiais dos músicos Juliano Holanda e Gilu Amaral, o show começa às 18h.

Conhecido por reinventar o pandeiro, Krakowski desenvolveu uma linguagem própria. “Desde que comecei a tocar, aos 15 anos, o pandeiro se tornou algo essencial na minha vida”, conta ele, em conversa com o Viver. Sua busca por novas sonoridades vem de uma escuta diversa desde a infância: da música clássica à MPB, passando pelos toques do candomblé. “A vontade de expressar a dinâmica de forma dramática vem da música clássica”, revela.

Esse espírito de reinvenção também pulsa em Boca do Tempo, novo disco de Krakowski com lançamento previsto para junho pela Gravadora Rocinante. O trabalho já começa a ser revelado com o lançamento do single Dongueragan, disponível a partir de hoje nas plataformas digitais. Ele dá continuidade à pesquisa iniciada em Mascarada, projeto em parceria com Jards Macalé, reconhecido pela APCA como um dos melhores álbuns do ano, cujo show foi mostrado no Recife no ano passado.

“A experiência com o Macalé só reforçou minha convicção de que é essencial colocar a improvisação em contato com formas tradicionais de expressão popular”, afirma. “Isso está no choro, por exemplo, mas no samba ainda é pouco explorado. E Mascarada quis abrir essa porta.”

No palco da Casa Estação da Luz está programado mais um encontro da rica parceria com Thiago Amud, que tem mais de duas décadas e se reflete no modo como dialoga com as composições. “A música do Amud é complexa e, desde o início, atuei de forma contrapontística, sublinhando ou criando tensões em relação à letra”, explica. No espetáculo, parte do repertório será do próprio Krakowski, com Amud assumindo a função de acompanhante. “Conto com todos os músicos em cena, para somar nessa interação”, avisa.