FREDERICO VILLAçA // SUCROALCOOLEIRO »
A recompensa de respeitar o que a natureza oferece
Usina São José Agroindustrial aposta cada vez mais em processos sustentáveis
Thatiana Pimentel
thatiana.pimentel@diariodepernambuco.com.br
Publicação: 02/12/2017 03:00
Com uma área maior do que a cidade do Recife, a Usina São José Agroindustrial se consolida a cada ano como marca pernambucana pioneira no uso de tecnologia aplicada à agricultura e de processos sustentáveis. O terreno de 28 mil hectares, dos quais 17 mil destinados à produção agrícola e o restante às áreas de proteção ambiental, traz uma história que começa no Brasil Colônia, no ano de 1710 quando o oficial e patriarca da família originária do Grupo Cavalcanti Petribu, o capitão João Cavalcanti de Albuquerque, é alçado ao posto de capitão-mor de Santo Antônio de Tracunhaém pelo então governador, Manoel Alves da Costa. Em 2001, depois de diversas sociedades, a empresa passou por uma restruturação, passando a adotar a nominação de Cavalcanti Petribu. Hoje, figura como uma das maiores produtoras de açúcar, etanol e energia elétrica de Pernambuco e foi a escolhida pelo prêmio Orgulho de Pernambuco, realizado pelo Diario, na categoria sucroalcooleiro.
Sustentabilidade é um dos focos da marca e levou os então diretores da usina, João Carlos Vilaça, Antônio da Fonte, Armando da Fonte, Paulo Petribu Neto, Eduardo Petribu Rocha e Frederico Vilaça, ainda em 2001, a criarem o Parque Ecológico São José, através de uma parceria firmada com o Refúgio Ecológico Charles Darwin. Hoje, a área é uma das maiores reservas de mata atlântica do Brasil. “Fizemos uma parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e com a universidade alemã de Ulm para catalogar e pesquisar a variedade de espécies nativas da fauna e da flora no parque e isso nos rendeu mais de 160 teses sobre a região”, explica Frederico Vilaça, o atual diretor da usina. Com a aquisição de uma área contígua de quase 1,07 mil hectares de floresta do Grande Recife, às margens da PE-27, no município de Camaragibe, conhecida como a Mata de Aldeia, o Grupo Cavalcanti Petribu ampliou seu patrimônio de reservas florestais, que, se somado à área do parque, ultrapassa os nove mil hectares.
Outro braço da Usina São José ligado à sustentabilidade é o programa de gestão de resíduos, que foi criado em 2005 e levou a empresa a inaugurar o CTR-PE, um centro de reciclagem e tratamento de resíduos privados, com mais de 20 hectares de reserva legal instalado em Igarassu, Litoral Norte de Pernambuco. No espaço, além do aterro industrial, há monitoramento ambiental e geotécnico. “Estamos instalando agora uma das primeiras usinas de reciclagem do Nordeste, também em Igarassu. Nos inspiramos em projetos de Barcelona. Começamos a terraplenagem e o espaço deverá estar pronto até o final de 2018”, reforça Vilaça. “Nessa planta, teremos geração de energia através de gás metano e esperamos tornar a usina autossuficiente e ainda ter excedente de energia para vender. Hoje, na São José, a gente já tem uma planta autossuficiente através da geração de energia da moagem da cana de açúcar”, detalha o diretor.
Neste processo de geração, o bagaço é levado por esteiras até a caldeira, onde é utilizado como combustível. O calor gerado pela queima do bagaço evapora a água, produzindo vapor. O vapor, ao passar pelo conjunto turbogerador, gera energia elétrica que abastece a usina, e a energia excedente é comercializada. “Por ser considerada uma matriz energética limpa, a utilização do bagaço como combustível contribui para a preservação do meio ambiente e é um projeto de interesse pessoal meu. Eu acho que a gente tem que ganhar dinheiro, mas viemos da natureza, não podemos perder de vista que somos parte dela e que precisamos de equilibro. Dá para produzir e ser sustentável”, reforça Frederico Vilaça.
E a tecnologia também está sendo usada pela São José para melhorar o plantio e tornar mais eficiente o uso de recursos naturais, como a água. Uma prova disso é que apenas este ano, a usina está investindo R$ 15 milhões na implantação da técnica de irrigação através de gotejamento, o que vai aumentar a produtividade e elevar a longevidade do canavial, evitando replantios e preservando o solo. “Hoje, não temos como aumentar a área de plantio. Nossa expectativa de crescimento é através da verticalização da produção ou da busca pelo aumento da produtividade da área que já utilizamos na plantação. Estamos produzindo um milhão de toneladas este ano e já queremos chegar a 1,1 milhão ano que vem como resultado da implantação dessa nova técnica. É algo pioneiro, só existe uma outra usina em Pernambuco que faz isso, lá em Petrolina. Mas a tendência é que o plantio irrigado chegue em todas as usinas locais”, completa Vilaça.
Missão de mudar a vida das pessoas
Frederico Augusto Cavalcanti Petribu Vilaça é o nome por trás do êxito da Usina São José. Trabalhando há 16 anos na empresa, acompanhou toda a restruturação do negócio, que em 1891 era chamada de Usina Coelho, registrando sua primeira moagem em 1906. O nome São José veio somente em 1952, quando o terreno foi vendido à Companhia de Cimento Portland Poty, do Grupo Votorantim. Apenas em 1995 a usina foi adquirida pelo Grupo Petribu e Frederico Vilaça é o gestor que marca essa nova geração.
O recifense, filho de João Lopes Vilaça, imigrante português e Martha Cavalcanti de Petribu Vilaça, começou a trabalhar na indústria da família com 16 anos, realizando um sonho ao conquistar seu primeiro salário. Interessado em gerir o negócio, formou-se em direito pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e fez pós-graduação em direito empresarial na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e MBA em gestão empresarial na Fundação Getulio Vargas (FGV). Suas maiores referências são Paulo Petribu, seu avô, que lhe deixou o legado da usina, Romilda, sua mulher, e seus três filhos, Maria Luiza, Osiris e Otávio.
“Todos os cursos foram pensados para me ajudar a lidar com a usina. Temos 4,4 mil funcionários, é como uma cidade”, revela. Antes da São José, chegou a trabalhar num escritório de advocacia, mas sabia que sua vocação era empreender. Tanto que, mesmo comandando um negócio milionário, produzindo açucar, álcool e energia elétrica, dos quais 5% são exportados, Frederico resolveu diversificar suas áreas de atuação e iniciou, em 2005, a Cavalcanti Petribu Empreendimentos que trabalha com lotes imobiliários industriais no litoral Norte de Pernambuco. “Temos um plano diretor para nossos terrenos com o objetivo de desenvolver economicamente esta região do estado. Fechamos negócios com a Ambev, Coca-Cola, Heineken, P&G, todas instaladas em espaços nossos. Também cedemos terrenos para a prefeitura de Igarassu, como o da Escola Técnica Federal, pois queremos contribuir para o desenvolvimento social da região”, explica.
Em 2018, a empresa se prepara para lançar um loteamento para médias e pequenas indústrias em Igarassu. “Essa é a área que mais me atrai hoje, a imobiliária”, revela. Segundo Frederico, sua grande motivação é a capacidade de transformar a vida das pessoas. “Diariamente mobilizo meus gestores na busca de resultados, sempre como agentes de transformação que somos. Gosto de projetos que tragam ganho, evolução, mas que transformem o mundo em um lugar melhor para se viver. Passamos e o mundo natural segue o seu curso”, finaliza. Hoje, o segundo maior interesse dele é a sustentabilidade. “Reciclar e reaproveitar são verdadeiras paixões minhas, assim como Pernambuco. Quero contribuir para um estado mais forte, com processos mais justos e equilibrados.”
Sustentabilidade é um dos focos da marca e levou os então diretores da usina, João Carlos Vilaça, Antônio da Fonte, Armando da Fonte, Paulo Petribu Neto, Eduardo Petribu Rocha e Frederico Vilaça, ainda em 2001, a criarem o Parque Ecológico São José, através de uma parceria firmada com o Refúgio Ecológico Charles Darwin. Hoje, a área é uma das maiores reservas de mata atlântica do Brasil. “Fizemos uma parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e com a universidade alemã de Ulm para catalogar e pesquisar a variedade de espécies nativas da fauna e da flora no parque e isso nos rendeu mais de 160 teses sobre a região”, explica Frederico Vilaça, o atual diretor da usina. Com a aquisição de uma área contígua de quase 1,07 mil hectares de floresta do Grande Recife, às margens da PE-27, no município de Camaragibe, conhecida como a Mata de Aldeia, o Grupo Cavalcanti Petribu ampliou seu patrimônio de reservas florestais, que, se somado à área do parque, ultrapassa os nove mil hectares.
Outro braço da Usina São José ligado à sustentabilidade é o programa de gestão de resíduos, que foi criado em 2005 e levou a empresa a inaugurar o CTR-PE, um centro de reciclagem e tratamento de resíduos privados, com mais de 20 hectares de reserva legal instalado em Igarassu, Litoral Norte de Pernambuco. No espaço, além do aterro industrial, há monitoramento ambiental e geotécnico. “Estamos instalando agora uma das primeiras usinas de reciclagem do Nordeste, também em Igarassu. Nos inspiramos em projetos de Barcelona. Começamos a terraplenagem e o espaço deverá estar pronto até o final de 2018”, reforça Vilaça. “Nessa planta, teremos geração de energia através de gás metano e esperamos tornar a usina autossuficiente e ainda ter excedente de energia para vender. Hoje, na São José, a gente já tem uma planta autossuficiente através da geração de energia da moagem da cana de açúcar”, detalha o diretor.
Neste processo de geração, o bagaço é levado por esteiras até a caldeira, onde é utilizado como combustível. O calor gerado pela queima do bagaço evapora a água, produzindo vapor. O vapor, ao passar pelo conjunto turbogerador, gera energia elétrica que abastece a usina, e a energia excedente é comercializada. “Por ser considerada uma matriz energética limpa, a utilização do bagaço como combustível contribui para a preservação do meio ambiente e é um projeto de interesse pessoal meu. Eu acho que a gente tem que ganhar dinheiro, mas viemos da natureza, não podemos perder de vista que somos parte dela e que precisamos de equilibro. Dá para produzir e ser sustentável”, reforça Frederico Vilaça.
E a tecnologia também está sendo usada pela São José para melhorar o plantio e tornar mais eficiente o uso de recursos naturais, como a água. Uma prova disso é que apenas este ano, a usina está investindo R$ 15 milhões na implantação da técnica de irrigação através de gotejamento, o que vai aumentar a produtividade e elevar a longevidade do canavial, evitando replantios e preservando o solo. “Hoje, não temos como aumentar a área de plantio. Nossa expectativa de crescimento é através da verticalização da produção ou da busca pelo aumento da produtividade da área que já utilizamos na plantação. Estamos produzindo um milhão de toneladas este ano e já queremos chegar a 1,1 milhão ano que vem como resultado da implantação dessa nova técnica. É algo pioneiro, só existe uma outra usina em Pernambuco que faz isso, lá em Petrolina. Mas a tendência é que o plantio irrigado chegue em todas as usinas locais”, completa Vilaça.
Missão de mudar a vida das pessoas
Frederico Augusto Cavalcanti Petribu Vilaça é o nome por trás do êxito da Usina São José. Trabalhando há 16 anos na empresa, acompanhou toda a restruturação do negócio, que em 1891 era chamada de Usina Coelho, registrando sua primeira moagem em 1906. O nome São José veio somente em 1952, quando o terreno foi vendido à Companhia de Cimento Portland Poty, do Grupo Votorantim. Apenas em 1995 a usina foi adquirida pelo Grupo Petribu e Frederico Vilaça é o gestor que marca essa nova geração.
O recifense, filho de João Lopes Vilaça, imigrante português e Martha Cavalcanti de Petribu Vilaça, começou a trabalhar na indústria da família com 16 anos, realizando um sonho ao conquistar seu primeiro salário. Interessado em gerir o negócio, formou-se em direito pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e fez pós-graduação em direito empresarial na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e MBA em gestão empresarial na Fundação Getulio Vargas (FGV). Suas maiores referências são Paulo Petribu, seu avô, que lhe deixou o legado da usina, Romilda, sua mulher, e seus três filhos, Maria Luiza, Osiris e Otávio.
“Todos os cursos foram pensados para me ajudar a lidar com a usina. Temos 4,4 mil funcionários, é como uma cidade”, revela. Antes da São José, chegou a trabalhar num escritório de advocacia, mas sabia que sua vocação era empreender. Tanto que, mesmo comandando um negócio milionário, produzindo açucar, álcool e energia elétrica, dos quais 5% são exportados, Frederico resolveu diversificar suas áreas de atuação e iniciou, em 2005, a Cavalcanti Petribu Empreendimentos que trabalha com lotes imobiliários industriais no litoral Norte de Pernambuco. “Temos um plano diretor para nossos terrenos com o objetivo de desenvolver economicamente esta região do estado. Fechamos negócios com a Ambev, Coca-Cola, Heineken, P&G, todas instaladas em espaços nossos. Também cedemos terrenos para a prefeitura de Igarassu, como o da Escola Técnica Federal, pois queremos contribuir para o desenvolvimento social da região”, explica.
Em 2018, a empresa se prepara para lançar um loteamento para médias e pequenas indústrias em Igarassu. “Essa é a área que mais me atrai hoje, a imobiliária”, revela. Segundo Frederico, sua grande motivação é a capacidade de transformar a vida das pessoas. “Diariamente mobilizo meus gestores na busca de resultados, sempre como agentes de transformação que somos. Gosto de projetos que tragam ganho, evolução, mas que transformem o mundo em um lugar melhor para se viver. Passamos e o mundo natural segue o seu curso”, finaliza. Hoje, o segundo maior interesse dele é a sustentabilidade. “Reciclar e reaproveitar são verdadeiras paixões minhas, assim como Pernambuco. Quero contribuir para um estado mais forte, com processos mais justos e equilibrados.”
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