10 ANOS SEM EDUARDO » Ao lado do governo federal, a pujança econômica do estado Entre 2007 e 2014, PE recebeu investimentos, reduziu a evasão escolar e cresceu acima da média do país

Publicação: 13/08/2024 03:00

O ex-governador Eduardo Campos esteve à frente do estado por dois mandatos consecutivos, período em que Pernambuco obteve saldos positivos na economia, com a retomada da indústria, o impulsionamento do Complexo de Suape, a Refinaria Abreu e Lima, o impacto da instalação do polo automobilístico da Jeep, em Goiana, e o investimento na educação de nível médio, ensino técnico e de tempo integral. Na saúde, Eduardo também deixou o seu legado, com a construção de três grandes hospitais, além de 15 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e 9 UPAs-Especialidade (UPAs-E).

De acordo com a economista Tânia Bacelar, Eduardo Campos assumiu o governo do estado em um momento de dinamismo da economia, na mesma época do segundo governo Lula, entre 2007 e 2011.  “Ele era um bom gestor, um grande político e encontrou um contexto nacional favorável econômica e politicamente. Foram os dois primeiros governos Lula, que era aliado político dele e pernambucano”, destaca. Tânia ressalta ainda que a marca mais importante do governo foi a retomada da indústria, setor que vinha de duas décadas de crise no estado.

Para Fred Amâncio, que além de presidente de Suape, também atuou como secretário de saúde, planejamento e desenvolvimento econômico no governo Eduardo Campos, muitas ações foram importantes para o desenvolvimento do Complexo Portuário de Suape, mas foi na gestão dele que o empreendimento cresceu de forma significativa. “Dois grandes momentos da expansão de Suape, na minha opinião, ocorreram na sua própria implantação e nesse momento do governo de Eduardo porque foram ampliados os cais. Internamente ele tinha dois cais e foram criados três novos cais. Também foi implantado o Estaleiro Atlântico Sul, que se transformou em uma nova área de expansão e foi feita a ampliação da área externa, onde fica o Pier de Granéis Líquidos”, explica Amâncio.

Já a instalação do polo automobilístico da Jeep em Goiana (de início, o projeto seria localizado em Suape), no ano de 2015, gerou impactos econômicos e também nos setores de educação e tecnologia no estado. Um levantamento da Consultoria Econômica e de Planejamento  revelou que desde a instalação do polo, em 2015, o emprego direto gerado pelo empreendimento cresceu 10,1% ao ano até 2022.

ARENA DE PERNAMBUCO

Assim que o Brasil foi confirmado como sede da Copa de 2014, o governo do estado anunciou o projeto de construir uma arena multiuso, no famoso “padrão Fifa”. Inicialmente, a ideia seria que o estádio fosse construído no terreno da Fábrica Tacaruna, entre Recife e Olinda. Mas o projeto que saiu do papel teve outra localização: São Lourenço da Mata. Atrelada à construção estava prevista a Cidade da Copa, o objetivo era desenvolver a urbanização da região. Até 2025, estimava-se um investimento na casa de R$ 1,5 bilhão, entre recursos públicos e privados. Mas no final das contas, apenas o estádio foi construído.

Os problemas para manutenção da Arena foram resolvidos no começo, quando o Náutico firmou acordo com o Consórcio Odebrecht, que administrava o equipamento, cujo contrato faria o Timbu levar seus jogos para São Lourenço da Mata por 30 anos. Porém, o clube fez o caminho de volta aos Aflitos em 2018, dois anos depois do governo do estado romper com a Odebrecht e passar a assumir os custos do equipamento e ainda a indenização milionária pela rescisão. Em 2024, entretanto, a Arena tem sido bastante utilizada pelo Retrô e pelo Sport. O Leão tem levado grandes públicos e rendas para o estádio, além do aluguel de cerca de R$ 30 mil por jogo.