Em busca da marquinha perfeita
Pernambucanas de perfis variados, de jovens a idosas, usam biquínis de fita isolante e esparadrapo para obter um bronzeamento sem falhas
Anamaria Nascimento (texto)
anamaria.nascimento@diariodepernambuco.com.br
Publicação: 04/02/2017 03:00
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Sol de verão a pino. O relógio marca 10h no bairro de Ouro Preto, Olinda. É hora de “virar” as meninas que estão se bronzeando na área do jardim de uma das casas da Cohab. Enfileiradas em macas brancas acolchoadas, elas buscam o bronze perfeito para o carnaval. O tempo de exposição ao sol é cronometrado. Meia hora de frente. Meia hora de costas. Quem está na segunda ou terceira sessão tem direito a ficar de lado também. A marca desejada, retinha e sem falhas, é moldada usando fita isolante colorida e esparadrapo.
A 20 km dali, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, a movimentação é parecida. Em uma casa de muro alto e sem identificação na área externa, mulheres viram de um lado para o outro com biquínis feitos artesanalmente com fita adesiva. De 10 em 10 minutos, recebem um jato de água sobre o corpo para não desidratar. Suco natural, picolé de frutas e água são cortesias da casa. Antes de serem expostas ao sol, as clientes são orientadas a tomar um café da manhã reforçado. O procedimento só é realizado em horários em que a luz solar não agride tanto, por isso, só acontece pela manhã. Por lá, circulam empresárias, juízas, desembargadoras e modelos. “Recebemos mulheres com perfis variados, de jovens a idosas, mas todas com o mesmo objetivo: conquistar o bronze perfeito. Elas saem daqui renovadas, sensuais e com a autoestima elevada”, afirma a proprietária da Bronzeado Natural, a empresária Jarline Cabral.
A moda do bronzeamento com fita adesiva surgiu em Goiás, há mais de 20 anos. Depois de se popularizar no Centro-Oeste, foi copiada no Rio de Janeiro, onde o “bronzeamento na laje” ficou famoso. Em Pernambuco, a tendência chegou há pouco mais de um ano e rapidamente conquistou adeptas de todas as classes sociais. “O tecido (do biquíni comum) muda muito de lugar e deixa o bronze com falhas. Com a fita adesiva, a marca fica top, perfeita”, defende a dona do espaço em Olinda, a esteticista e empresária Eliza Cristina, a Eliza Bronze. “Muitas mulheres têm vergonha de ficar bronzeando na praia ou em piscinas, sendo observadas. Aqui, garantimos privacidade, conforto e segurança”, destaca Jarline.