Estudo pode ser usado para salvar espécies

Publicação: 01/04/2017 03:00

Além de ser aplicada na área de reprodução humana, a descoberta poderá ser usada na conservação ambiental. O professor Hermes Gadêlha lembra que a identificação do espermatozoide com maior poder de locomoção pode ajudar na conservação de animais em extinção.

Segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), há pelo menos 24.307 espécies em risco de desaparecimento. Dessas, 12.630 são de animais. Os dados são da última contagem, realizada pelo IUCN, em dezembro. “Poderemos aplicar a mesma fórmula para salvar o meio ambiente e o planeta”, comemora.

Do ponto de vista endêmico, a pesquisa também traz resultados positivos para descobertas maiores, como a de isolar o crescimento do Trypanosoma cruzi, parasita causador da doença de Chagas, que compromete as funções do coração.

“Quando o inseto toma o sangue para infectar a próxima vítima tem que passar pelo estômago usando esse movimento. A célula tem que nadar e perfurar as paredes do estômago e chegar até a boca. Se não consegue fechar o ciclo, não há a contaminação”, comentou. Mas ainda há muito a fazer para concluir o estudo. A esperança do cientista é de que grandes laboratórios no Brasil invistam na pesquisa.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a doença de Chagas, encontrada apenas no continente americano, atinge de 16 milhões a 18 milhões de pessoas em 21 nações. Mais 100 milhões de pessoas ainda correm o risco de contrai-la por meio da picada do inseto barbeiro ou transfusão de sangue. Ainda não há tratamento eficaz para a doença e cerca de 27% das vítimas infectadas desenvolvem os problemas cardíacos relacionados à enfermidade, que podem levar à morte.