Novas estratégias de tratamento em vista

Publicação: 16/03/2019 03:00

Dados futuros poderão ajudar em estratégias de combate ao problema neurodegenerativo. “É possível que o tratamento da apneia do sono com ventilação não invasiva (CPAP) diminua a acumulação de tau, o que pode ajudar a evitar ou retardar o aparecimento da doença de Alzheimer. Porém, estudos prospectivos precisam ser feitos para investigar essa hipótese”, diz o autor.

A equipe planeja, em uma próxima etapa, confirmar os  resultados em pacientes com apneia do sono que sejam diagnosticados por meio de estudos do sono especializados e detectar quais características da complicação mais contribuem  para o acúmulo da proteína tau. “É possível que a queda do oxigênio seja o fator principal, mas a fragmentação do sono devido ao ‘microdespertar’ durante a noite e outros fatores podem também contribuir. Esses entendimentos podem ajudar a otimizar a terapia”, cogita Carvalho.

Marcelo Lobo, neurologista do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, e membro titular da Sociedade Brasileira de Neurologia (SBN), destaca que o estudo é interessante e importante por ligar uma doença que já era suspeita de estar associada ao Alzheimer. “Sabemos que o sono influencia muito a memória e, agora, com base nesses dados clínicos, vemos mais provas do quanto eles estão ligados. Também temos outros trabalhos que estão relacionando o problema neurológico com a infecção por herpes. Novas vias de pesquisa estão se abrindo”, diz.

O médico ressalta que, quanto mais surgirem dados relacionados à origem do Alzheimer, maiores serão as chances de combatê-lo. “Sem dúvida, é essencial se aprofundar ainda mais na relação da apneia com essa doença. Dessa forma, o tratamento preventivo pode ser mais eficiente e se pode reduzir consideravelmente as chances de a  doença surgir”, opina. (Do Correio Braziliense)