Morro lembra dogma mariano

Publicação: 19/05/2018 03:00

Os dogmas marianos unem e separam. Por um lado, as contestações de membros de igrejas cristãs protestantes. Por outro, entre os católicos, motivo de construção de templos, de títulos de paróquias e romarias. O melhor dos exemplos no Recife  está no Morro da Conceição, onde se inaugurou, em 1904, um monumento aos 50 anos da proclamação do dogma da Imaculada Conceição.

“Foi em homenagem à santa do Morro que minha mãe me batizou”, recorda Maria da Conceição Dias Alves. E para o morro ela se volta em dezembro. A devota não lembra quando começaram suas idas ao local. Lembra que o seu entendimento sobre o dogma começou na paróquia de Beberibe, dedicada à Virgem da Conceição. Entre os católicos há uma confusão de tal dogma com o da Perpétua virgindade. Muitos relacionam a Imaculada Conceição à maternidade de Maria, quando trata da concepção de Maria por Ana.

As referências ao dogma da Imaculada Conceição antecedem o documento Ineffabilis Deus, assinado pelo papa Pio IX em 1854. O documento oficializou o dogma. Desde o século 15, o oitavo dia de dezembro é reservado pela Igreja Católica para celebrar essa verdade de fé. Estudioso do assunto, frade franciscano Clarêncio Neotti afirma que as festas para a Imaculada Conceição eram conhecidas no século 8.

Por séculos, teólogos trataram da concepção imaculada de Maria. Construiu-se um consenso na Igreja Católica, mas as diferenças continuam em relação a outras denominações. Longe do mundo de ideias, católicos seguem em suas devoções a Maria. Foram as aparições dela, nos séculos 19 e 20, responsáveis pelo fortalecimento de tal dogma. Em Lourdes, na França, em 1858, a Virgem, por exemplo, se dirigiu a Bernadette Soubirous  como a “Imaculada Conceição.