Fellipe Torres
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Publicação: 29/09/2014 03:00
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Pensador central na história da filosofia, o alemão Friedrich Nietzsche foi capaz de prever, no século 19, o momento atual da civilização ocidental. Profetizou um tempo de esvaziamento, quebra de grandes paradigmas, afrouxamento de ideologias. A situação teria surgido em decorrência de um colapso da sociedade, resultado do choque entre a moral cristã e a razão esclarecida, fenômeno batizado de “a morte de Deus”. Para o professor João Evangelista Tude de Melo Neto, doutor em filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), a principal e mais preocupante consequência é a falta de guia moral, problema capaz de nos levar à barbárie. Um sintoma do niilismo contemporâneo, ele exemplifica, são os episódios de saques coletivos em Abreu e Lima, ocorridos em maio deste ano, durante greve da Polícia Militar.
A sensação de falta de vigilância (divina ou mundana) permitia qualquer espécie de comportamento. Na tentativa de compreender questões dessa natureza, o pesquisador pernambucano prepara, em coautoria com outros estudiosos, o Dicionário Nietzsche (Editora Loyola), livro de verbetes referentes ao filósofo alemão.
Saiba mais
João Evangelista Tude de Melo Neto é doutor em filosofia pela USP, com pesquisas sobre a relação entre a transvaloração dos valores, a doutrina do eterno retorno e a concepção nietzschiana de trágico
A formação inclui um ano de aperfeiçoamento na Universidade de Reims Champagne-Ardenne, na França
É integrante do Grupo de Estudos Nietzsche (GEN), o mais importante da América Latina, e do Groupe International de Recherches Nietzscheennes (GIRN), vinculado à EuroPhilosophie, órgão educacional e de pesquisa da União Europeia
Possui graduação e mestrado em filosofia pela Universidade Federal de Pernambuco
É também bacharel em comunicação social pela Universidade Católica de Pernambuco
Atualmente é professor do curso de filosofia da Universidade Católica de Pernambuco