Quase todos os pernambucanos descendem de um mesmo homem. Comparado ao personagem bíblico Adão, o português Jerônimo de Albuquerque (1510-1593) chegou ao Recife em 1538 acompanhado da irmã, Brites, e do cunhado, o donatário Duarte Coelho Pereira. Aqui, teve 36 filhos. Disseminou por vários estados um “caldo racial” da Península Ibérica, fruto de miscigenação entre judeus, muçulmanos semitas e da África do Norte. À essa mistura, foi acrescentado o sangue indígena brasileiro, formando o material genético de 97% da atual população nordestina. As informações são fruto de 20 anos de pesquisas conduzidas pelo médico cearense Cândido Pinheiro Koren de Lima, autor da coleção Borges da Fonseca, publicada pela Fundação Gilberto Freyre. Dos dez volumes previstos, três já foram lançados, sobre as famílias Albuquerque, Lira e Simões Colaço. O levantamento traz dados históricos de grande valia e uma conclusão singela: “Não existem raças, e sim povos separados por culturas”.