Aqui, nessa mesa de bar Referências no atendimento, garçons populares no Recife mostram que qualidade de estabelecimentos vai além da boa comida

Publicação: 17/01/2014 03:00

Simpatia de Misael é praticamente um patrimônio na Feijoada do Vavá, no Ipsep (JULIO JACOBINA/DP/D.A PRESS)
Simpatia de Misael é praticamente um patrimônio na Feijoada do Vavá, no Ipsep

Reginaldo Rossi ficou conhecido por ser quase um melhor amigo deles. Você não sabe o seu nome completo, idade, de onde vem e, talvez, nunca tenha perguntado se ele tem filhos. Ainda assim, você abre um grande sorriso quando o encontra, aperta sua mão com força e não poupa nos apelidos: Campeão, mestre, amigão, moço, cabra macho e por aí vai... O bom atendimento dos garçons é um elemento praticamente indispensável para o sucesso ou o fracasso de um restaurante. Em conversa com o Gastrô, alguns deles abriram os corações e falaram da paixão pelo ofício.

 (NANDO CHIAPPETTA/DP/D.A PRESS)

Misael Alves, 53 anos, está na profissão há cerca de 22. Entrou na Feijoada do Vavá (Rua Jean Emile Favre, 757, Ipsep) fazendo serviços gerais. Depois, foi de motorista até virar o garçom mais requisitado do restaurante. “Tem moça que eu atendo desde pequena. Já foi criança e, agora adulta, ainda vejo por aqui, com marido e filhos. Tem gente que não faz o pedido se não for atendido por mim”, comenta, orgulhoso. Além dos clientes amigos, Misael já teve a honra de atender celebridades. Com o sorrisão marcante no rosto, o “velho Misa” (como é chamado pelos clientes mais antigos) conta que, em bicos em camarotes, já serviu até a apresentadora Hebe Camargo e o cantor Cauby Peixoto. “Não tenho nenhuma inimizade, cada vez só vou conquistando mais clientes”.

Tiago Caetano da Silva, não trabalha há décadas servindo, mas é, de longe, o garçom mais querido do Recanto Paraibano (Avenida Dezessete de Agosto, 248, Casa Forte). O famoso “Robinho” tem só 25 anos, mas atua na área desde os 14 ajudando nos serviços do restaurante. Para ele, o esforço é a receita do sucesso. “Não adianta levar os problemas pessoais para o restaurante, tem que se dedicar”, deixou a dica. Robinho conta que amigos é o que mais conquista todos os dias. “Sempre me chamam para conversar depois que eu largo em um posto próximo ao restaurante”.

 (NANDO CHIAPPETTA/DP/D.A PRESS)

Criar uma boa impressão no cliente nem sempre é fácil. Nem sempre a empatia acontece no primeiro atendimento. Talvez por isso é tão importante ressaltar o jogo de cintura de Mariano de Carvalho no atendimento a turistas durante os seis anos que passou no restaurante regional Parraxaxá, que mantém até hoje um mural de fotos com artistas que visitam a cidade e seus funcionários. “O cantor Seu Jorge sempre pedia o Petit gateau nordestino, receita com cachaça”, lembra. Com 15 anos de garçom, hoje trabalhando no Guaiamum Gigante Premium, Mariano continua conquistando os clientes, famosos ou não, pela sua alegria constante. (Vitória Maciel)