Quando o clássico foi ao cinema Peças atemporais dão destaque ao estilo pessoal e seguem tendências de consumo consciente, ganhando força com o figurino do filme Aquarius e nas redes sociais

Larissa Lins

Publicação: 01/10/2016 03:00

 (Editoria de artes sobre foto de Victor Juca/Divulgação)
Preto, branco, cinza, bege. Os verdadeiros clássicos nunca saem de moda. Resistem ao tempo, às tendências. São, eles mesmos, símbolos de resistência. Estão em alta. Sempre estiveram, sempre estarão. Reinam entre máximas da sofisticação, como aquela atribuída à estilista Coco Chanel e ofertada às mulheres de sua época, recomendando a busca por um homem que as amasse e por um bom vestido preto - duas demandas consideradas fundamentais à sobrevivência na sociedade dos anos 1920.

Uma delas, reza a cartilha contemporânea de estilo, permanece indispensável: ainda não criaram, na moda, nada tão versátil quanto o popular pretinho básico. Cores neutras e modelagens universais seguem, de outros modos, associadas ao empoderamento feminino. Se antes serviam à circulação nas altas rodas, hoje refletem a busca por autonomia, emancipação, versatilidade.

Entre as ondas de ascensão, queda e resgate dos florais, do animal print, das estampas geométricas, dos elementos tropicais e das cores do ano (renovadas a cada calendário), preto e branco são porto seguro. Não têm vencimento, pregam o estilo atemporal. No cinema, são bandeira de resistência. Ajudam a compor personagens fortes, altivas, como a crítica musical aposentada Clara, protagonista do filme Aquarius, do pernambucano Kleber Mendonça Filho.

Entre o figurino escolhido para a personagem, desponta a estilista recifense Flávia Azevedo, à frente de marca autoral dedicada exclusivamente às peças clássicas. É de preto e branco que se vestem Flávia, Clara e Chanel, tantas delas há tanto tempo, unido épocas distintas por uma moda - que resiste à moda - em comum.
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