Entrevista // Patrícia Góes Beauty artist

Publicação: 29/12/2018 03:00

1
Minha primeira inspiração foi minha mãe, Mercês, que sempre andava maquiada. Desde muito nova, eu gostava muito de maquiagem. Comecei fazendo atendimentos a domicílio, como um hobby. Fui fazendo cursos, estudei em várias escolas pelo mundo. Mas minha prioridade era a carreira como advogada. A maquiagem era algo paralelo. Há uns sete anos, comecei a fazer maquiagens a domicílio nos fins de semana. Maquiava para festas, eventos. Até que começaram a me pedir que montasse um curso de maquiagem. Um dia, três pessoas seguidas me pediram isso. Achei que era um sinal. Há cerca de quatro anos, lancei meu primeiro curso. Lotou em 24 horas. Passei a dar cursos nos fins de semana, em vez de fazer atendimento. Decidi abrir meu estúdio e passei mais um ano conciliando a maquiagem e minhas funções como advogada. Depois, decidi deixar o Direito e me dedicar integralmente ao meu estúdio, à minha marca.

E a decisão de lançar uma linha de produtos com seu nome, como aconteceu?
Tenho as melhores formações em maquiagem e acredito que é fora do Brasil que nós temos os melhores produtos do mundo, acho que isso é indiscutível. Sabendo disso, eu queria criar uma marca de extrema qualidade, mas que também contemplasse a maioria das mulheres. Que não fosse tão cara. Trabalho com autoestima e empoderamento, sou coach espcializada nisso. Ensino a maquiagem, mas faço todo um trabalho por trás disso. Levei tudo isso em conta na hora de planejar a marca.

Quanto tempo levou entre a ideia e o lançamento da linha Paty Góes? Como os produtos foram desenvolvidos?
Um ano de estudo. Como minha base é toda internacional, sou muito exigente com os produtos. Eu só lancei coisa boa. O que é mais ou menos eu não lancei. Me baseei em produtos internacionais. Mas é uma marca nacional com alma pernambucana. Os produtos são fabricados em indústrias de São Paulo e Minas Gerais. Temos propostas em vários locais do Brasil para comercialização dos produtos. Mas, por enquanto, são vendidos somente no meu estúdio. Em 2019, vamos lançar o aplicativo Paty Góes Shop, e as pessoas poderão comprar nossos itens no país todo.

Você também é coach com certificação internacional. Como isso influencia no seu trabalho com maquiagem?
É fundamental. Se você só fala de maquiagem, pode ser algo fútil. Mas a maquiagem está diretamente ligada à autoestima. A autoestima, por outro lado, não está ligada somente à aparência, como as pessoas pensam. Eu não quero que a pessoa simplesmente saiba como se maquiar, eu quero que mude seus conceitos negativos. Que se empodere, se valorize. Homens também podem fazer os cursos, mas o foco são as mulheres. A mulher ainda vive de forma muito sacrificada, mesmo no século 21. Temos um enorme índice de mulheres deprimidas. Falar sobre empoderamento é fundamental para os meus cursos, para o meu trabalho. Meu Instagram, por exemplo, deixou de ser um perfil dedicado à maquiagem e passou a ser um espaço para as pessoas se sentirem bem consigo mesmas.

Há alguma tendência que gostaria de destacar?
Na maquiagem, assim como a moda, surgem as tendências. Mas, apesar de haver sempre uma inovação para o ano seguinte, a maquiagem correta, no Brasil e no exterior, ainda segue padrões neutros. Bege, dourado, preto, tons que remetem a uma naturalidade, por mais maquiada que a mulher esteja. Mais importante do que acompanhar tendências é remeter a uma naturalidade. A maquiagem tem que ser algo atemporal. Daqui a dez anos, você precisa olhar as fotos de uma maquiagem sua e não se chocar. Possivelmente, a melhor opção são sempre os tons mais nudes. É uma das pegadas mais fortes internacionalmente.