Bruno Vasconcelos
Enviado Especial*
brunovasconcelos.pe@dabr.com.br
Publicação: 13/03/2014 03:00
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Visual dianteiro, com largos frisos cromados, deixaram linhas mais sofisticadas |
Campinas (SP) – Chegou a hora de testar o novo Corolla. Mas antes disso, não teve como não parar alguns minutos para apreciar o desenho do renovado sedã japonês. Se na geração atual o modelo da Toyota era unanimidade entre os mais conservadores (também chamados de “tiozão”) e não tão desejado assim entre os jovens, isso deverá mudar radicalmente com a nova versão. Os caras agora vão suspirar quando virem um Corolla passar na rua. E os coroas continuarão desejando ter o sedã da Toyota. Incluímos nessa conta as mulheres, que também têm muito apreço pelo três volumes japonês.
Muito disso pode ser explicado pelo design da frente do novo Corolla. O uso de largos frisos cromados que invadem os faróis até a curva do carro conseguiu dar muita sofisticação e, ao mesmo tempo, modernidade ao sedã. Os “olhos” espichados e os vincos fortes no para-choque e capô somam robustez e ousadia (por que não?) ao tradicional desenho nipônico.
A lateral é a parte mais sóbria do sedã. A linha de cintura ficou mais alta e os vincos seguem retos, discretos e sem curvas exageradas. Já na traseira, um pouco da ousadia da dianteira volta a aparecer. O friso cromado na tampa do porta-malas é continuado pelo desenho da (bela) lanterna - está que invade a lateral do carro com uma ponta proeminente.
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No interior, a sensação é de nostalgia por conta da simplicidade do painel |
Choque
Ao entrar no Corolla atual, a sensação que se tem é nostálgica. A simplicidade do painel e a falta de tantos botões, luzes e mostradores digitais (como em algum de seus concorrentes), cria a sensação de que estamos num carro do final dos anos 1990. Já ao abrir a porta do novo Corolla, o choque é inevitável. É importante ressaltar que testamos a versão XEi, que é intermediária e corresponde a cerca de 60% das vendas do sedã. Esqueça a simplicidade do console. Se você sentia falta de modernidade no interior do Corolla, essa carência será facilmente vencida. O destaque é a tela do conjunto multimídia de 6,1 polegadas e sensível ao toque que reúne o sistema de áudio, navegação por GPS, câmera de ré, conexão USB e bluetooth.
O espaço interno foi muito privilegiado pelos 10 centímetros a mais no entre-eixos que a nova geração ganhou (2,7 metros no total). Os passageiros da frente podem recuar muito os bancos que ainda assim quem está atrás poderá até cruzar as pernas. O porta-malas segue com 470 litros de capacidade.
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Tela multimídia possui 6,1 polegadas |
O novo Corolla oferece os mesmos motores das versões atuais. O GLi segue com o 1.8 flex de 144 cv (etanol), enquanto os XEi e Altis vão de propulsor 2.0 com 154 cv de potência. O que não existe mais (por não ser mais necessário) é o tanquinho para partida a frio.
A principal mudança, porém, se deu na transmissão automática. Enquanto a manual segue com seis velocidades (apenas para o GLi), a que não usa embreagem deu um grande salto. Podem comemorar, pois finalmente foi aposentada a transmissão de quatro marchas. O Corolla automático agora esbanja um câmbio CVT que simula sete velocidades.
Há quem não goste (me incluo nessa lista) desse tipo de transmissão por ela “matar” qualquer tipo de emoção nas trocas de marchas - o que não acontece nos automáticos tradicionais e nos bons automatizados. Mas a Toyota conseguiu, com um simples botão “Sport” no console central, deixar um pouco de diversão no conjunto mecânico.
Quando essa função é ativada, as virtuais trocas de marchas ganham velocidade na relação e sobem lá para o final do conta-giros. A diversão é ainda maior quando se usa as “borboletas” atrás do volante para comandar as mudanças na transmissão. Belo toque de esportividade no sedã que já foi “tiozão”. Desligue o botão e tenha um sedã comportado, silencioso e um pouco sem graça.
Os méritos do Corolla continuam lá, como a boa posição de dirigir, suspensão que fica no meio termo entre o conforto e a esportividade, além da direção precisa. Some a isso o novo e ousado visual; um interior que não fica mais atrás dos concorrentes em nada; e uma mecânica moderna que chega até a empolgar. Você duvida que o veterano japonês vai retomar a liderança? Mesmo estando “salgado” e não sendo perfeito (falta um teto solar, por exemplo), o Corolla deverá, sim, voltar ao trono. A expectativa da Toyota de vender 60 mil unidades até o final de ano deverá ser cumprida sem precisar usar a boa lábia de seus vendedores.
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Espaço interno foi privilegiado pelos 10 centímetros a mais no entre-eixos |
Versão GLi
Motor
1.8L Dual VVT-I 16V DOHC Flex
Potência
(cv) - 144 cv (etanol)/ 139 cv (gasolina)
Torque
(kgfm) - 18,4 kgfm (etanol)/ 17,7 kgfm (gasolina)
Transmissão
Manual de seis velocidades /
Multidrive S do tipo CVT sequencial de sete velocidades
Pneus
205/R16
Capacidade de tanque (l)
60
Versão XEI/Altis
Motor
2.0L Dual VVT-I 16V DOHC Flex
Potência
(cv) - 154 cv (etanol)/ 143 cv (gasolina)
Torque (kgfm) - 20,3 kgfm (etanol)/ 19,4 kgfm (gasolina)
Transmissão
Multidrive S do tipo CVT sequencial de sete velocidadescom Paddle Shift e Sport Drive Mode
Pneus
205/R16
Capacidade de tanque (l)
60