Bateu no carro-forte, e agora? Seguranças são orientados a seguir viagem em caso de colisão deixando condutores na mão

Marília Parente
Especial para o Diario
mariliaparente.pe@dabr.com.br

Publicação: 03/04/2014 03:00

Veículo da Prosegur bateu no Toyota de Eduardo Andrade que ligou para a empresa e até agora tenta o ressarcimento (JULIO JACOBINA/DP/D.A PRESS)
Veículo da Prosegur bateu no Toyota de Eduardo Andrade que ligou para a empresa e até agora tenta o ressarcimento
Há quem mude de calçada ao ver um carro-forte estacionado. Se a violência das cidades assusta os transeuntes, as empresas de segurança patrimonial e transporte de valores ordenam que seus motoristas não desçam do carro-forte em caso de acidente. Por isso, bater em um deles é dor de cabeça na certa, mas saber como agir pode descomplicar bastante as coisas.

Foi num engarrafamento que o empresário Eduardo Andrade se envolveu em um acidente com um carro-forte da Prosegur. “Eu estava parado e o motorista encostou no para-choque esquerdo de trás do meu carro. Eu desci e tentei falar com ele, que gesticulava mas não podia descer. Depois, fez um gesto com a mão pra que eu ligasse para algum lugar e foi embora”, conta. Eduardo fotografou, fez boletim de ocorrência e ligou para a empresa várias vezes, mas ouviu como resposta que a culpa do acidente havia sido sua.

De acordo com a presidente do Conselho Estadual de Trânsito (Cetran), Simiramis Queiroz, embora possuam circulação diferenciada, o procedimento em caso de batidas envolvendo carros-forte é o mesmo. “Se não houverem vítimas, deve-se tirar os carros do local, para não obstruir a via, anotar a placa e prestar queixa em uma delegacia de polícia. Segundo Simiramis, em caso de vítima, nenhum automóvel pode sair do local. “As regras da empresa não estão acima do Código de Trânsito Brasileiro. A lei não diz que um motorista de carro-forte não pode sair do veículo”, fala.

Primeira providência é anotar a placa, horário e data do evento. Fotografar a situação também ajuda muito na hora de reunir provas (EDUARDO ANDRADE/DIVULGAÇAO)
Primeira providência é anotar a placa, horário e data do evento. Fotografar a situação também ajuda muito na hora de reunir provas
Orientação

Através de sua assessoria de imprensa, a Prosegur comunicou que recomenda a seus condutores que permaneçam dentro do veículo em caso de colisão, mas que havendo vítimas, os motoristas são orientados a permanecer no local e pedir reforços à central. A empresa também colocou que quem for prejudicado por seus veículos deve ligar para a central de atendimento da empresa (0800 7090220) e informar o ocorrido. Quanto ao caso de Eduardo, a Prosegur alegou que a colisão aconteceu porque o empresário fez uma “ultrapassagem imprudente e fora da lei”, ainda que ele afirme que estava parado em um engarrafamento. “Se a empresa diz uma coisa e o motorista outra, não tem jeito, é preciso entrar com recurso”, comenta Simiramis Queiroz.

Saiba mais

Saiba o que fazer caso você passe pela mesma situação:

1.Anotar a placa do carro-forte;

2.Anotar nome e telefone da empresa;

3.Tirar o máximo de fotos que puder. Do seu carro, do carro-forte – e da placa dele – e do local;

4.Abordar alguém que tenha visto tudo e possa testemunhar;

5.Tirar o carro do local, caso não haja vítima. Em acidentes assim, quando o veículo está atrapalhando a fluidez do trânsito, o condutor está sujeito à multa;

6.Ir à delegacia de polícia mais próxima e fazer um boletim de ocorrência;

7.É preciso contactar a empresa. Caso a questão não se resolva e seu carro tenha seguro, ligue para a seguradora.

8. Depois de todas as tentativas, contrate um advogado e entre na justiça.
Fonte: Detran/PE