Máscara de gás, colete a prova de balas e seguro em dia: segundo o levantamento realizado pela seguradora Líder-DPVAT o trânsito canarinho mata mais do que a guerra na Faixa de Gaza, que vitimou 2.100 pessoas nos conflitos recentes. Por mais incrível que pareça, apesar da queda de 13% do número de óbitos, 2014 registra a média de 4.100 óbitos por mês nas vias públicas e privadas, ao mesmo tempo, o impressionante aumento de 14% de indenizações do DPVAT (Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres) até junho deste ano.

Parece contraditório? Afinal, são menos acidentes e mais indenizações. Para Carlos Valle, vice-presidente para o Nordeste da Fenacor (Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de Resseguros, de Capitalização, de Previdência Privada, das Empresas Corretoras de Seguros e de Resseguros), a aparente incoerência pode ser explicada pelo aumento da frota de motocicletas nas ruas. “São 75% das indenizações pagas a pessoas envolvidas em acidentes com motos. Muitas dessas ocorrências não registram mortes, mas casos de invalidez, a exemplo da perda de uma perna ou mão”, coloca. A pesquisa da Líder-DPVAT aponta um salto de 21% no número de indenizações por invalidez permanente, o que corresponde a 259.845 beneficiários.

No Nordeste
A região registrou 34% dos acidentes indenizados pelo DPVAT, o maior índice do país, apesar de ter apenas a terceira frota de veículos do Brasil. Quanto ao quadro de beneficiários pagos por morte, o Nordeste ocupa o segundo posto com 29% dos casos, estando atrás apenas da região Sudeste, que somou 37% da totalidade do que foi pago no primeiro semestre. Junto com a região Norte, a terra do baião é a única região do país cujo número de motos supera a quantidade de carros nas ruas.

Entenda o DPVAT
O seguro social é responsável por indenizar qualquer vítima de acidente de trânsito que tenha estado dentro ou fora do veículo durante a ocorrência. Na prática, o DPVAT trabalha com três tipos de cobertura: pode garantir ao acidentado até R$ 2.700 para despesas médicas e hospitalares e até R$ 3.550 a quem atestar invalidez permanente ou for herdeiro de um falecido.

Como conseguir
Mesmo com o aumento da demanda, Carlos Valle considera que os os 7.757 pontos que integram a rede de atendimento DPVAT em todo o país são capazes de dar conta do recado. “O que talvez deixe a desejar seja o atendimento, que nem sempre é pessoal e acaba se tornando muito delicado, pela quantidade de documentos exigidos”, comenta. Assim, um bom atalho para quem deseja solicitar o benefício é o Sincor-PE (Sindicato dos Corretores de Seguros de Pernambuco), que realiza orientação pessoal e gratuita.