Usado ainda é um bom caminho
Escolher um seminovo pode ser desafiador, mas é possível fechar uma boa compra. Consumidor precisa ficar atento aos detalhes na compra
Débora Eloy
Especial para o Diario
debora.eloy@diariodepernambuco.com.br
Publicação: 12/05/2016 03:00
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Conferir a quantidade de quilômetros rodados |
Em primeiro lugar, não abra mão de acelerar o carro, o máximo que puder. Poucos quilômetros só servirão para destacar os pontos positivos do automóvel. Uma alternativa ao teste é alugar um carro do mesmo modelo e ano. Se a avaliação for de maior duração, um mecânico de confiança pode ajudar a dar uma olhada no estado de conservação. Circular por rotas familiares ajuda a saber se o veículo é o mais indicado. Checar se o automóvel cabe na vaga da garagem, se não raspa na entrada do estacionamento, é fundamental.
Ficar atento a detalhes pode garantir desconto. Os carros mais difíceis de vender podem sair mais baratos para o cliente. A cor também precisa ser considerada pelo comprador. Tons extravagantes são bastante utilizados por montadoras em lançamentos, mas não costumam vender fácil nas lojas. Por isso, se a ideia é desfazer-se logo do carro, esqueça. Carros de cor branca despertam a suspeita de que tenham sido usados como táxi e também merecem restrição. Notícias e rankings disponibilizados na mídia especializada podem ser de grande ajuda.
Confiança
Comprar de pessoas conhecidas pode evitar dores de cabeça. Eventuais problemas que possam aparecer podem ser levados à pessoa que vendeu o veículo. Mas como o leque de carros disponível à venda de amigos ou pessoas próximas é muito pequeno, a alternativa é pelo menos buscar lojas da confiança deles. Porém, até realizar uma compra em um local específico para esse tipo de produto requer cuidados. Há lojas de carros que optam por modelos mais novos, revisados e oferecem garantia extra. Vá atrás dessas.
Comprar de desconhecidos está no topo da lista de práticas a serem evitadas. Fechar negócio entre pessoas físicas não tem nenhum tipo de garantia obrigatória, oferecida pelas lojas. Além de precisar verificar se o carro é roubado ou se sofreu algum tipo de dano em colisão ou enchentes. No site do Detran é possível verificar se a placa do veículo é verdadeira (o que pode ajudar a identificar se é roubado ou não), além de pendências, como multas não pagas.
Analise também se os documentos não têm nenhum tipo de adulteração. Os originais contém alto relevo em toda a sua volta, por isso é importante que a verificação não aconteça através de cópias ou enviadas por fax.
A vistoria realizada pelo comprador deve incluir com cuidado a carroceria, como explica a diretora de marketing do Shopping do Automóvel de Pernambuco, Carla Albuquerque. “Inicialmente, os clientes olham a lataria, se foi batida ou tem amassado. Depois a quilometragem, para saber quanto o carro é rodado”, esclarece.
Para verificar se o veículo não passou por nenhum tipo de acidente grave que possa comprometer o desempenho, a dica é fazer a vistoria com o carro limpo e seco. Esses acidentes costumam desvalorizar o preço justo de um veículo, mas também deixam cicatrizes. Fazer a verificação em um local claro, de preferência durante o dia, pode ajudar a identificar pequenas diferenças na pintura que denunciam acidentes passados.
É importante analisar o manual do proprietário. Nele é possível verificar se o antigo dono anterior realizou todas as revisões indicadas pela montadora. Pode parecer detalhe, mas isso é um sinal de cuidados diferenciados. Observar também detalhes, como pontos de ferrugem nos cantos e no assoalho. Isso pode indicar um problema de vedação.
Verificar se os materiais de emergência como extintor, macaco, triângulo, chave de rodas e estepe estão em condições de uso. Quando o negócio estiver quase fechado, é interessante levar o veículo até um mecânico de confiança e pedir uma vistoria completa. Isso pode ajudar a evitar ficar na mão no meio da rua.
O funcionário público, Marco Antunes, possui certo conhecimento a respeito de mecânica e na hora de comprar seu Honda Civic LX 2003, ele não precisou levar para uma vistoria. “Verifiquei se o veículo possuía algum defeito na parte externa, depois dei umas voltas com o carro e percebi que estava com defeito na suspensão dianteira. Então na hora de fechar o negócio pedi desconto pelo problema”, explica.
Montadoras e modelos com boas referências no mercado diminuem as chances de darem problemas diante do histórico que possuem e por existirem revendas de produtos mais fáceis de achar. Lembre-se: a escolha do carro deve ser ligada à sua finalidade. Se ele será utilizado apenas por uma pessoa ou por toda a família. Qual a frequência que ele vai rodar, as distâncias que deve percorrer dentro e/ou fora da cidade.
Gastos
Quando não se tem condições de pagar à vista, a saída é apelar para o empréstimo. A atenção deve estar voltada para os juros e os encargos como taxas de cadastro, seguro, IOF, despachante e registro no Detran. A dica nesse caso é comparar os custos totais entre uma instituição e outra para fazer o melhor negócio. É preciso lembrar tem os gastos com manutenção, combustível, IPVA, licenciamento e seguro.
Dicas
- Procure revendas que possuem boas referências;
- Nunca adiante dinheiro;
- Teste o máximo possível;
- Escolha um modelo que não tenha saído de linha;
- Defina a finalidade do carro (trabalho, família, viagem);
- Leve até um mecânico de confiança;
- Investigue a origem do carro.