Caso Mayara: réu pega 30 anos de prisão Após julgamento de 13 horas, ex-companheiro da vítima, William César dos Santos, foi sentenciado pelos crimes de homicídio qualificado e feminicídio

Publicação: 22/07/2023 03:00

Após 13h de julgamento, William César dos Santos Júnior foi condenado pelo crime de feminicídio, o réu teve a pena de 30 anos, 3 meses e 15 dias, depois de ter matado a ex-esposa, Mayara Estefanny Araújo, 19 anos, ao jogar ácido sulfúrico contra o rosto da jovem. O crime teria ocorrido em 4 de julho de 2019, em Nova Descoberta, Zona Norte do Recife.

A sessão aconteceu no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, na ilha de Joana Bezerra, no Recife. William foi sentenciado pelos crimes de homicídio qualificado por motivos de torpe, crueldade e impossibilidade de defesa da vítima e feminicídio.

“A responsabilidade penal do acusado é de crime qualificado, que nós chamamos, com a qualificadora do feminicídio, do motivo torpe, porque ele reagiu e agiu. Impelido por ciúmes e por não aceitar o fim do relacionamento com Mayara, meio cruel, já que ele jogou um ácido contra o rosto de Mayara e provocou intenso sofrimento à vítima”, detalhou a Eliane Gaia, promotora de justiça do Ministério Público de Pernambuco.

Durante o julgamento, três testemunhas de acusação foram ouvidas, sendo a mãe, a irmã e a tia da vítima. O julgamento encerrou por volta das 23h da última quinta-feira, comandado pela juíza Fernanda Moura de Carvalho.

“William quis se livrar de uma coisa que ele mesmo fez, e Paulo é tão culpado quanto ele. Paulo segurou Mayara e William jogou ácido, então os dois são culpados”, afirma Carla França, mãe de Mayara.

Os acusados pelo crime são, William César dos Santos Júnior, de 33 anos, ex-companheiro da jovem, acusado de ter jogado o ácido, e o amigo dele, Paulo Henrique Vieira dos Santos, de 26 anos, acusado de ter segurado a jovem na hora do crime. Os dois homens estão presos há cerca de 4 anos. No entanto, o julgamento foi apenas de William. Paulo será julgado em outro momento, uma vez que recorreu da decisão de pronúncia.   

Familiares e amigos afirmam que Mayara era agredida constantemente pelo ex-companheiro, mas não relatava as agressões. “A gente veio saber que depois que ele batia nela, Mayara não contava sobre. Uma vez ela apareceu com a perna roxa, e quando perguntamos ela dizia ser quedas ou ter batido em algo. William se achava dono, e tinha Mayara como objeto.Estou aqui junto com amigos e familiares atrás de justiça, a gente quer justiça, porque ele deve pagar”, disse Elpídio Gomes de Farias, de 56 anos, tio de Mayara.

Mayara Estefanny Araújo morreu 21 dias após o internamento no Hospital da Restauração, no Derby, área central do Recife. Devido aos ferimentos provocados pelo condenado, a jovem teve três paradas cardíacas e faleceu no dia 26 de julho.