Servidores são condenados por esquema no TJPE
Um esquema de confecção de alvarás falsos levou à condenação de um grupo de servidores que vinha se locupletando do golpe e levaram cerca de R$ 6,4 mi
Publicação: 07/06/2025 03:00
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O grupo foi preso em 2024 após uma investigação feita pela Polícia Civil do estado |
Um esquema de confecção de alvarás falsos no Judiciário pernambucano levou servidores do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) a serem condenados por desvio de dinheiro. Segundo os autos do processo, que tramitou após investigação da Polícia Civil, em 2024, o montante desviado pelos servidores do Judiciário chega a R$ 6,4 milhões. Todos estão presos desde 2024.
Entre os condenados pela Vara dos Crimes Contra a Administração Pública e a Ordem Tributária da Comarca de Recife está Esdras David Veras Ferreira. Ele era o chefe de secretaria na 23ª Vara Cível da Capital e foi apontado como o líder da organização criminosa. Esdras pegou 141 anos de prisão, além de 3.248 dias-multa pelos crimes de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
“Observa-se que 138 alvarás foram expedidos em 18 meses distintos por Esdras, devendo, portanto, serem somadas as penas por 18 vezes”, escreveu a juíza Roberta Vasconcelos Franco Rafael Nogueira.
GRUPO
Também foram condenadas três pessoas, incluindo outra servidora do TJPE e companheira de Esdras. Taciana Lima dos Santos pegou 13 anos e dois meses de prisão. Segundo a investigação, ela recebeu dinheiro e comprou bens móveis e imóveis. A defesa dela negou as acusações e disse que ela foi enganada por Esdras.
Outro condenado foi Gilson Nogueira da Silva, que teria movimentado somas expressivas em nome próprio e em favor de Esdras, funcionando como “testa de ferro” do servidor. A defesa confirmou, à Justiça, que ele participou “da execução de práticas ilícitas consistentes no recebimento e saque de alvarás judiciais emitidos fraudulentamente”. Ele pegou 83 anos e 5 meses de prisão.
Vitor Manoel de Lira Simão também foi condenado. Ele também recebeu valores indevidos e foi apontado pela polícia como um dos operadores financeiros do esquema e foi condenado a 22 anos e sete meses de prisão.