Resgate da origem cigana em livro
Em Erre Aurora erre, a escritora pernambucana Maria Alice Amorim retrata a trajetória de sua bisavó e sua tataravó, ambas ciganas e chamadas Aurora
JULIANA AGUIAR
juliana.aguiar@diariodepernambuco.com.br
Publicação: 29/06/2021 03:00
“Eu me lembro das minhas tias botando cartas, lendo mãos. Do meu avô, um apaixonado por música e poesia, dedilhando violão de uma maneira muito bonita. Uma irmã dele tinha sido bailarina no Rio de Janeiro. Minhas irmãs e eu adoramos dançar, e uma delas é bailarina profissional”, diz a escritora pernambucana Maria Alice Amorim, num esforço para resgatar memórias da infância com sua família cigana. A origem é descortinada em Erre Aurora erre (Zanzar Edições, 160 páginas), livro que retrata parte das trajetórias de duas mulheres fortes, sua tataravó e sua bisavó, ambas ciganas e chamadas Aurora. A obra custa R$ 25, e o lançamento virtual será hoje, às 19h, no Zoom, com participação da escritora Bet Moreira e dos editores e tradução em Libras.
No formato de longo poema, a narrativa vai do século 19 até os dias atuais, percorrendo uma longa estrada, no resgate de um legado de cultura cigana. “A descoberta, já adulta, de que a minha bisavó e a minha tataravó eram ciganas me deixou fascinada, porque desde criança sempre senti uma atração profunda pelos ciganos. E também perplexa, porque fiquei pensando como deveria ter sido, para elas, se casar com não-cigano e passar a viver a vida fora do próprio núcleo cultural”, conta Maria Alice, que é pesquisadora e doutora em comunicação.
O poema é uma mescla de memórias, ficção e autoficção. “Começou a surgir a partir desse relato fotobiográfico da família Nunes Amorim, e foi aí que descobri a ancestralidade cigana. A minha bisavó, Aurora Nunes Amorim, contava para os filhos que era cigana e que a mãe dela, também Aurora, havia sido raptada da comunidade por um português apaixonado”, revela. “Considero como principal influência essa aura de mistério e força a partir das histórias contadas pelo meu avô, falando de mulheres indomáveis, que não se subordinavam a ninguém. Outra influência é o amor às artes, a sensibilidade artística.”
A obra tem um QR Code para a versão em audiolivro e está sendo lançada também em espanhol e francês. Conta com ilustrações de Simone Mendes e projeto gráfico de Patrícia Cruz.
No formato de longo poema, a narrativa vai do século 19 até os dias atuais, percorrendo uma longa estrada, no resgate de um legado de cultura cigana. “A descoberta, já adulta, de que a minha bisavó e a minha tataravó eram ciganas me deixou fascinada, porque desde criança sempre senti uma atração profunda pelos ciganos. E também perplexa, porque fiquei pensando como deveria ter sido, para elas, se casar com não-cigano e passar a viver a vida fora do próprio núcleo cultural”, conta Maria Alice, que é pesquisadora e doutora em comunicação.
O poema é uma mescla de memórias, ficção e autoficção. “Começou a surgir a partir desse relato fotobiográfico da família Nunes Amorim, e foi aí que descobri a ancestralidade cigana. A minha bisavó, Aurora Nunes Amorim, contava para os filhos que era cigana e que a mãe dela, também Aurora, havia sido raptada da comunidade por um português apaixonado”, revela. “Considero como principal influência essa aura de mistério e força a partir das histórias contadas pelo meu avô, falando de mulheres indomáveis, que não se subordinavam a ninguém. Outra influência é o amor às artes, a sensibilidade artística.”
A obra tem um QR Code para a versão em audiolivro e está sendo lançada também em espanhol e francês. Conta com ilustrações de Simone Mendes e projeto gráfico de Patrícia Cruz.