Longas filas nos centros públicos Especialista afirma que o ideial seria ter uma laboratório para reprodução assistida em cada estado, o que não exige um grande investimento

Publicação: 20/07/2014 03:00

Custo para montar um laboratório varia de R$ 1 milhão a R$ 2 milhões, diz especialista (FÁBIO CORTEZ/DN/D.A PRESS)
Custo para montar um laboratório varia de R$ 1 milhão a R$ 2 milhões, diz especialista
A doação de óvulos é permitida por resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que disciplina a reprodução assistida no país. A idade máxima para repassar o material é 35 anos. Doadora e receptora não podem se conhecer. Para milhares de brasileiras, essa possibilidade tem sido a única forma de realizar o sonho da maternidade. Apesar da estimativa de 150 mil mulheres precisarem recorrer à tratamentos para ter filhos, dados da Anvisa divulgados neste mês mostram que foram feitas pouco mais de 24 mil estimulações para produção de ovários, passo inicial da fertilização in vitro.

Na avaliação do membro da Câmara Técnica de Reprodução Assistida e presidente da Rede Latino Americana de Reprodução Assistida, Adelino Amaral, o ideal seria que o Brasil tivesse um centro público em cada estado para dar conta da demanda. “O Estado deveria aplicar a lei do planejamento familiar e se voltar para esse aspecto. Não é necessário um investimento alto para montar um laboratório. O custo varia de R$ 700 mil a R$ 1 milhão, mais a verba para mantê-lo. Este ano o governo liberou de R$ 1 milhão a R$ 2 milhões para cada centro, porque as medicações são muito altas”, opinou. Segundo ele, não há nenhuma promessa no sentido de construir mais clínicas públicas ou fazer com que os planos de saúde ofereçam o serviço, mas uma “pressão da sociedade”.
Não há estimativa nacional de filas para conseguir o atendimento, no entanto, no Distrito Federal a espera é longa e dura cerca de três anos.