Compra e venda de dólar levanta suspeitas A AGU solicitou ao STF que apure, no âmbito da investigação envolvendo Eduardo Bolsonaro, movimentações atípicas no dia do anúncio do tarifaço

Publicação: 21/07/2025 03:00

Em live ontem, Eduardo disse que não vai renunciar (REPRODUÇÃO)
Em live ontem, Eduardo disse que não vai renunciar
A Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma notícia de fato pedindo que seja incluída na apuração do inquérito contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) a movimentação de compra e venda de dólares horas antes do anúncio do tarifaço do presidente norte-americano Donald Trump ao Brasil. 

Eduardo é investigado pela sua atuação junto ao governo norte-americano para promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do Supremo e tentar barrar o andamento da ação penal sobre a trama golpista.

Em documento apresentado ao ministro Alexandre de Moraes, na noite do sábado (19), a AGU afirma que o uso ilegal de informação antes do tarifaço pode estar relacionado a ações do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Por isso, solicitou a inclusão do conteúdo no inquérito que tramita no STF.

“Registra-se que, além da esfera criminal, o uso ilícito de informação privilegiada enseja responsabilidade civil e administrativa, inclusive por prejuízos ao mercado e a investidores. Em razão disso, internamente, a Advocacia Geral da União já instou de forma urgente a Procuradoria-Geral Federal para que acione a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), uma das legitimadas a adotar as providências cabíveis”, prossegue o órgão. 

Com a decisão de Trump de taxar o Brasil, o dólar se valorizou no mesmo dia. Antes do anúncio, porém, quando a cotação ainda estava em um patamar “normal”, alguém comprou uma grande quantidade de dólares apostando na queda do real. Logo após a notícia, vendeu a mesma quantia, obtendo um lucro expressivo.  

Ontem, Eduardo fez um live dos Estados Unidos, onde vive desde que tirou licença do mandato de deputado federal por 120 dias. Na transmissão, ele negou que vá voltar ao Brasil ou renunciar, apesar do prazo da licença ter expirado também ontem.  (Metrópoles e Agência Brasil)