Corte no PIB pode chegar a R$ 25,8 bi

Publicação: 06/08/2025 03:00

Embora o governo norte-americano tenha concedido isenção tarifária a 694 produtos, o que representa cerca de 45% do valor exportado pelo Brasil aos Estados Unidos, os impactos da nova taxação sobre as exportações brasileiras devem ser significativos para a economia nacional.

Um novo estudo divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), ontem, mostra que, mesmo com as isenções, a taxação pode provocar uma retração de até R$ 25,8 bilhões no produto interno bruto (PIB) brasileiro no curto prazo, com perdas que podem chegar a R$ 110 bilhões no longo prazo.

A medida impõe tarifas adicionais de 40% sobre uma ampla gama de produtos brasileiros exportados aos EUA — que já estavam sujeitos, desde abril, a uma taxação de 10% — e entra em vigor hoje.

Entre os setores industriais mais afetados, de acordo com o levantamento, estão siderurgia, fabricação de produtos de madeira, calçados e máquinas e equipamentos mecânicos. Na agropecuária, o estudo destaca os impactos sobre a pecuária, especialmente a cadeia da carne bovina — que ficou de fora da lista de isenções tarifárias e representa uma parcela relevante das exportações brasileiras.

MERCADO DE TRABALHO
O impacto sobre o mercado de trabalho também é significativo. A entidade projeta a eliminação de aproximadamente 146 mil postos de trabalho formais e informais, além de uma redução de R$ 2,74 bilhões na renda das famílias brasileiras em um período de até dois anos.

O Brasil exportou cerca de US$ 40,4 bilhões para os Estados Unidos em 2024, o equivalente a 1,8% do PIB nacional. Metade desse valor está concentrado em combustíveis minerais, ferro e aço, além de máquinas e equipamentos — todos segmentos diretamente atingidos pelas novas tarifas. (Correio Braziliense)