Diario Econômico

Bruna Siqueira Campos
brunasiqueira.pe@dabr.com.br

Publicação: 01/07/2014 03:00

Medo do desemprego

Poucos são os trabalhadores que sabem a quantas anda a inflação ou por que o PIB ganhou a alcunha de “pibinho”, graças à estimativa de crescimento da economia em torno de 1% neste ano. Muitos também não têm ideia de como as eleições afetam os planos da iniciativa privada, mesmo com o real fazendo 20 anos e todo o discurso (justo, claro) da estabilidade econômica. Mas a incerteza que abate o empresariado e congela investimentos, em plena “entressafra” de Copa, também atinge a mão de obra assalariada. O medo do desemprego é o principal indicador deste sentimento. O estudo “Termômetro da Sociedade Brasileira”, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que a parcela de trabalhadores que temem perder seu ganha-pão segue em alta há cinco trimestres. Como no Nordeste o governo federal concentra seu maior índice de aprovação, o medo de ficar desempregado tem menor percentual (74,9 pontos, contra a média brasileira de 76,1). Mas ainda assim, é alto. A pesquisa, que ouviu mais de 2 mil pessoas em 142 municípios, foi divulgada uma semana após o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) revelar o pior resultado em geração de vagas com carteira assinada para maio, desde 1992. Para quem não lembra, Pernambuco foi o estado “lanterninha”, com a eliminação de 10.706 postos formais. É para ficar preocupado mesmo.

Sem memória

O Banco Central poderia aproveitar o aniversário de duas décadas do real, comemorado hoje, para acelerar a reforma da sucursal recifense do Museu de Valores, que fica na Rua da Aurora. O espaço dispõe de moedas de todo o mundo e conta toda a história do país, detalhando a trajetória das duas famílias do real em dez expositores. Mas está sem funcionar desde 2013.

Tesouro Direto

Com a inflação batendo o teto da meta, os títulos do Tesouro Direto mais demandados têm sido justamente os indexados ao IPCA (NTN-B e NTB-B Principal), índice que mede a carestia no país. Em maio, eles corresponderam a 26,3% do total, e os indexados à Selic (LFT), 20,1%. Apenas 6,7% dos 5.112 novos investidores do mês analisado estão no Nordeste.

Esquentando o forno

O empresário Gerson Lucena, que em 2008 vendeu a Vitarella para o grupo cearense M. Dias Branco, prepara-se para começar a operar nova fábrica de crackers e biscoitos (maria, maisena, waffer e recheados). A unidade industrial fica em Moreno e iniciará a produção em agosto. O investimento é de R$ 143 milhões.

Sobe…

A ação do grupo pernambucano Ser Educacional (SEER3) chegou ao último dia útil de junho cotada a R$ 25,53 na Bolsa, alta de 12,22% no mês. Na sexta-feira passada, o presidente da empresa, Janguiê Diniz, foi anunciado pelo blog da revista Forbes Brasil como o mais novo bilionário brasileiro.

Fim da lua-de-mel

Foi lindo experimentar o BRT (Bus Rapid Transit) durante a Copa. Mas não no domingo, por conta da longa fila para pegar um dos ônibus expressos na estação do Derby. O sistema transportou 7.665 pessoas no dia da partida Grécia x Costa Rica, o equivalente a 18,6% dos que se deslocaram até a Arena. Na estreia do Mundial aqui no estado, foram apenas 5,5%. Para abrandar a situação, a Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) mobilizou 46 coletivos, com cada um saindo a 2,7 minutos. Mas teve ônibus que até o ar condicionado pifou, de tanta gente.