Recifense mais endividado, mas com as contas em dia Segundo pesquisa da CNC, 80,7% das famílias recifenses têm dívidas a vencer. No entanto, a inadimplência na capital pernambucana recuou de 24,1% para 23%

Thatiany Lucena

Publicação: 05/07/2025 03:00


Os recifenses ficaram mais endividados em junho, porém a inadimplência recuou para 23%, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A parcela das famílias com contas a vencer subiu de 79,4% em maio para 80,7% em junho. Já as pessoas com contas em atraso, caiu de 24,1% para 23%.

De acordo com o economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-PE), Rafael Lima, os dados indicam que uma parte da população está saindo do patamar da inadimplência e voltando a ter crédito. “A inadimplência voltou a cair, são quase 2 mil famílias endividadas a menos, o que é muito bom. Aqueles que saíram da inadimplência, de certa maneira, vão voltar a consumir por meio do crédito. Isso facilita bastante, principalmente quando a gente avalia bens duráveis, que muitas vezes tem um valor agregado mais alto”, destaca.

Já em relação a alta do endividamento, o economista aponta dois fatores que influenciam o aumento do número de endividados. 

“A facilidade de acessar o crédito, por meio do cartão, carnê, financiamento, cheque especial ou até o crédito pré-aprovado, isso tudo facilita esse consumidor a entrar no endividamento. Outro aspecto é o fator cultural e a educação financeira, que leva boa parte da população a consumir apenas em crédito e ficar endividada”, destaca.

O economista também destaca que, assim como no resto do país, o cartão de crédito é principal responsável pelas dívidas das pessoas no Recife.

Cerca de 90,7% das famílias que possuem dívidas no cartão de crédito. “Isso por ser um crédito pré-aprovado, pela facilidade da aquisição de um cartão de crédito e muitas famílias ainda utilizarem para compras rotineiras, como feira. O que é muito comum, mas não é recomendado”.

Em relação aos dados nacionais, o Recife ainda se posiciona melhor em relação à inadimplência.  Enquanto na capital 23% das famílias estão inadimplentes, no Brasil houve um crescimento para 29,5%. “Esse é um contraste elevado. A população recifense está bem mais responsável em termos de inadimplência do que o agregado pro Brasil”, conclui o economista.