Neste time, todos são técnicos Unidade da PepsiCo no Cabo de Santo Agostinho usa modelo de gestão onde não há chefia imediata e todos são multifuncionais

ROSA FALCÃO
rosafalcao.pe@dabr.com.br

Publicação: 20/07/2014 03:00

Gleidson atua como instrutor para as novas contratações e participa da reciclagem dos colaboradores (BLENDA SOUTO MAIOR/DP/D.A PRESS)
Gleidson atua como instrutor para as novas contratações e participa da reciclagem dos colaboradores
Um modelo inovador de gestão que elimina a hierarquia no chão da fábrica. Sai a estrutura da pirâmide vertical e entra em campo o layout horizontal do TAG (times auto gerenciáveis). São eliminadas as funções dos supervisores e as chefias intermediárias. A comunicação é feita em linha direta entre o operador multifuncional e o gerente de manufatura. Os colaboradores são treinados para trabalhar em equipes (times). Têm metas e resultados em grupo que rendem bonificações. A empresa economiza custos e ganha produtividade. Este é o modelo replicado nas cinco unidades de snacks (salgadinhos) da PepsiCo, entre elas a de Pernambuco.

A experiência começou em 2005, quando a fábrica foi instalada no Cabo de Santo Agostinho. Entusiasta do novo modelo de produção, Robério Souza, gerente de manufatura da planta da PepsiCo, destaca as vantagens do TAG: “O envolvimento das equipes contribui para um ambiente de trabalho mais integrado, com decisões mais rápidas. O modelo traz autonomia com responsabilidade.” A unidade tem 280 funcionários.

Os resultados são comprovados no ganho de produtividade e na redução dos custos. Robério cita a meta de atendimento às necessidades do cliente (performance de propósito). A fábrica iniciou com índice entre 72% e 74%. Hoje alcança 97%, o que impacta nos custos.

Implantar o TAG não é tarefa fácil. A cultura brasileira é vertical. Existe o culto à hierarquia entre empregados e patrões. É preciso quebrar paradigmas. Um exemplo é a definição do programa de férias. No modelo tradicional, quem decide o calendário é a empresa. No TAG, os times se reúnem para discutir as conveniências de cada colaborador. Segundo Robério, a prática traz a satisfação porque garante a autonomia.

A multifuncionalidade é outra marca do TAG. O colaborador é treinado para atuar em várias frentes: da manutenção das máquinas ao ganho de produtividade na linha de produção. Também é estimulado pelo programa de remuneração varivável.