Diario Econômico

Bruna Siqueira Campos
brunasiqueira.pe@dabr.com.br

Publicação: 02/06/2015 03:00

O ICMS encolheu

Há quase um ano, o Brasil respirava clima eleitoral. O acirramento da disputa rumo às urnas já era acompanhado de uma preocupação do então secretário estadual da Fazenda, Décio Padilha: Pernambuco só estava conseguindo quitar suas contas por causa da arrecadação de ICMS, a principal fonte de receita do estado. A queixa era a de que ninguém conseguia autorização do Tesouro Nacional para firmar novas operações de crédito e as transferências voluntárias da União tinham caído significativamente - situação que continua a se arrastar em 2015, como mostrou um relatório divulgado na última semana pela deputada estadual Priscila Krause (DEM). Com o ajuste fiscal e a crise dominando o cenário nacional, não era surpresa que o ICMS também sofreria uma “rebordosa”. Foi o que mostrou o desempenho das contas públicas no primeiro quadrimestre, divulgado na edição de sábado do Diário Oficial. A cota que cabe ao imposto, incidente sobre a circulação de mercadorias e serviços, foi de R$ 4,29 bilhões entre janeiro e abril. Significa cerca de 80% das receitas tributárias no período, estimadas em R$ 5,4 bilhões. Para se ter uma ideia do baque, é três vezes menos ICMS do que entrou nos cofres estaduais no quadrimestre de 2014 - fruto de um setor privado entrincheirado, sem investir, e de uma inflação que continua a preocupar gregos e troianos. Com o dinheiro deixando de entrar, o governador Paulo Câmara não deve demorar muito para aumentar o corte das despesas para R$ 600 milhões, como já foi ventilado. Até agora, o contingenciamento seria de R$ 320 milhões.

Honda na mira

O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Thiago Norões, esteve ontem com executivos da japonesa Honda, em São Paulo. Conversou com o diretor de Relações Institucionais da montadora, Paulo Takeuchi, sobre a infraestrutura do pátio de veículos de Suape. A mesma que servirá à fábrica da Jeep e ao CD da Toyota, previsto para começar a operar em fevereiro de 2016.

Assim não dá

O conselheiro do TCE Ranilson Ramos, relator da contas do prefeito Geraldo Julio em 2015, diz que um dos itens que estão sendo revistos no edital do lixo da cidade do Recife – avaliado em quase R$ 1 bilhão – é a varrição mecanizada. Em locais como a Avenida Boa Viagem ou a Agamenon Magalhães, a utilização de máquinas custa duas vezes mais do que empregar garis. Tem equipamento que sai por cerca de R$ 350 mil, detalha. O edital será entregue ao Executivo no dia 19 deste mês.

CVC lucra com o NE

Com a retração do mercado de viagens internacionais, a CVC, maior operadora de turismo do país, acabou vendendo 14% mais pacotes para o Nordeste no primeiro trimestre. Quem contou foi o diretor geral de Produtos Nacionais, Clayton Armelin, em conversa com o secretário estadual de Turismo, Felipe Carreras. A CVC foi consultada para sugerir rotas aos novos voos da TAM e Azul que têm o Recife no itinerário.

Tesouro Direto em alta

Com os juros altos favorecendo aplicações em renda fixa, o Tesouro Direto não para de ganhar adeptos. Balanço do Tesouro Nacional mostra que as vendas de títulos do governo representaram um estoque de R$ 17,58 bilhões em abril, alta de 37,85% frente ao mesmo mês de 2014. Os títulos mais demandados pelos investidores foram os indexados ao IPCA (Tesouro IPCA+ NTN-B Principal) e Tesouro IPCA+ com juros semestrais (NTN-B). O relatório de maio ainda não saiu.