PEDRO MAXIMINO
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Publicação: 21/06/2015 03:00
Anderson Pacheco é um homem aberto às oportunidades que a vida oferece. Só assim mesmo para explicar como um formado em engenharia acabou responsável pelo Trem do Forró, atração turística do período junino que está completando 25 anos em 2015. Pacheco é hoje um nome conhecido no meio turístico nordestino, um ramo que ele nem sabia que existia quando era mais novo. Olhando para o passado, o empresário de 59 anos lembra que certos traços da sua personalidade já indicavam tendências para o turismo. “Na minha juventude ninguém falava nisso ainda. Mas eu gostava de sair de casa, sempre fui muito de ir para a rua.” Era sempre o encarregado das viagens e passeios com amigos.
Essa afinidade cresceu ao ponto de Pacheco decidir empreender na área e ser convidado a participar do programa Pró Lazer, do governo estadual, entre os anos 1980 e 1990, que promovia o turismo para funcionários públicos. Foi quando surgiu a primeira semente do que hoje é conhecido como o Trem do Forró. “Na época de São João, os funcionários públicos iam todos sentados dentro de um trem até o interior, e uma banda passava de vagão em vagão animando as pessoas.”
O Pró Lazer acabou no início da década de 1990, mas Pacheco resolveu seguir adiante. Dessa vez estendido ao público em geral e com espaço para que todos pudessem dançar durante o percurso, a primeira edição do Trem do Forró foi uma aposta que deu certo. “No começo eu não estava tão empolgado, mas resolvi arriscar”, lembra.
E assim o Trem do Forró foi de Recife até Caruaru durante o São João por anos, até que em 2000 o trem descarrilou por falta de manutenção dos trilhos. A atração quase acabou ali, no seu aniversário de 10 anos. Ninguém saiu ferido, mas Pacheco lembra que o acidente deu “uma dor de cabeça enorme” e um prejuízo de R$ 1,2 milhão.
Anderson Pacheco até pensou em encerrar de vez o trem após o ocorrido, mas um contato da Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho o fez mudar de ideia. “Eles me convidaram para alterar o percurso do trem para o município, aproveitando os trilhos que eram mais novos e constantemente revisados.”
Hoje os 10 vagões do trem seguem até o Cabo onde os passageiros encontram bandas tocando e feirinha com comidas típicas. E este ano, pela primeira vez, também vai haver um Trem do Forró na Paraíba. “Depois de tanto tempo, trabalho e dedicação investidos, o projeto é como um filho para mim”, conta o empresário.
perfil
Trem do Forró
1991
Fundação
120
Funcionários
100
Empregos indiretos
200 mil
passageiros em 25 anos
R$ 70
tíquete médio dos passageiros no Cabo